Resumo:
Esta tese trata do problema da Consciência (Bevidsthed) no corpus kierkegaardiano fixando-o no contexto histórico e filosófico de transição de uma Filosofia da Natureza (Naturphilosophie) para o das Ciências da Natureza (Naturwissenschaften) no qual a Consciência (e seus correlatos) passa a ser objeto de investigação das diversas ciências e começa a perder seu estatuto investigativo estritamente filosófico. Defendemos que, ao apresentar a Consciência como objeto proeminentemente filosófico, pela distinção metafilosófica entre Filosofia e Ciência, Søren Kierkegaard apresenta também um arrojado modelo de Consciência que responde às principais preocupações oitocentistas e contemporâneas. O que um filósofo da existência ainda tem a dizer sobre a Consciência – de modo a potencialmente iluminar o estatuto da discussão hoje – é a pergunta mais interna deste trabalho.