Resumo:
A presente Tese de Doutorado em Filosofia tem por tema o conceito de ‘categoria’ e o modo como o filósofo dinamarquês do século XIX Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), conhecido por ser existencialista, lidou com ele. Por esse não ser um dos conceitos mais explorados e desenvolvidos por entre seus escritos; pelo autor não ter um livro ou capítulo que consista em ser propriamente um tratado de categorias; por não haver na literatura secundária uma lista abrangente de categorias kierkegaardianas; por não haver, consequentemente, uma revisão crítica de tal lista; e por conta de essa mesma literatura secundária encontrar poucos pontos em comum acordo, é que as questões ‘como Kierkegaard lidou com as categorias?’, ‘é possível extrair dos escritos de Kierkegaard um tratado das categorias?’ e ‘como se configuraria uma tábua de categorias kierkegaardiana?’ permanecem sem resposta. O objetivo do presente texto é oferecer uma alternativa de resposta a essas questões, vinculadas ao problema filosófico maior
‘qual a estrutura da existência?’, por meio da defesa de duas teses centrais: 1) Kierkegaard tem um ‘tratado das categorias’, embora não no sentido em que é convencionalmente formado; e 2) a partir desse tratado, ao ser especificado alguns de seus elementos e critérios, é possível a apreensão tanto de uma estrutura categorial (composta por tipos de categoria) quanto das categorias mesmas que Kierkegaard desenvolveu. A metodologia utilizada no texto é a de revisão bibliográfica e interpretação textual. O trabalho foi dividido em seis capítulos. O primeiro é de introdução, subdividido em três partes, contemplando uma introdução ao tema e uma introdução ao trabalho mesmo. O segundo capítulo remonta breve parte da história das categorias para que seja observado critérios e o contexto ao qual Kierkegaard poderá ser inserido. O terceiro capítulo mostra o estado da questão e problemas ainda em aberto sobre a relação Kierkegaard-categorias. O quarto capítulo mostra uma investigação mais detalhada das
categorias em Kierkegaard e defende a primeira tese do trabalho. O quinto capítulo é dedicado à reconstrução crítica do ‘tratado das categorias’ em Kierkegaard e defende a segunda tese do trabalho. O sexto capítulo é o de conclusão.