Resumo:
Para a filósofa estadunidense Martha Nussbaum (1947-), omitir da investigação filosófica (principalmente em termos morais, sociais e pessoais) assertivas ponderações sobre as emoções é negligenciar um adjunto importante à abordagem de problemas filosóficos. Por isso, o presente texto tem como objetivo esmiuçar os argumentos de Nussbaum sobre emoções, com vistas a responder questões pertinentes em filosofia. Primeiramente, apontaremos sua definição de emoção: emoções são avaliações de valor diante de um objeto percebido no mundo, e que isso só é possível por sua natureza cognitiva, ou seja, intrinsecamente capaz de formular crenças proposicionais que não só fazem sentido, como são parte importante no esquema de valores do agente emocional, sendo assim eudaimonista, ou um aporte ao florescimento humano. Em segundo, demonstraremos como as emoções, portanto, tem muito a nos dizer sobre moralidade. Se emoções, conforme a filósofa, são avaliações, elas podem auxiliar em avaliações pertinentes ao bem e à justiça. Emoções como compaixão, amor e indignação nos dão informações e motivações importantes que guiam o nosso agir. Por fim, realizarei uma abordagem analítica da emoção da compaixão que, na teoria de Nussbaum, possui aspecto central, por se tratar de uma emoção chave para o agir moral, social e pessoal. Segundo a autora, as emoções moldam a paisagem de nossa vida, portanto, esclarecê-las se faz necessário para nos direcionar ao florescimento humano.