Resumo:
O objetivo central desta dissertação é conhecer e analisar as reverberações das políticas
de inclusão da pessoa com deficiência nas práticas pedagógicas narradas por professores de escolas públicas de ensino fundamental no Município de Araputanga – MT. A pergunta norteadora foi: como as políticas de inclusão escolar reverberaram nas práticas pedagógicas dos professores de Araputanga/MT? E o presente trabalho teve os seguintes objetivos específicos: a) analisar e problematizar como os professores se referem à inclusão e às pessoas com deficiência em suas narrativas; b) perceber como as pessoas traduzem as políticas de inclusão; e c) refletir sobre o que se repete e se distingue nas práticas dos professores de Araputanga, considerando as demais narrativas da pesquisa do GEPI – Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão. Assim, esta pesquisa integra a pesquisa maior do GEPI, financiada pelo CNPq – Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O material analítico foi composto por dez
narrativas, as quais se deram mediante entrevistas com professores de três escolas
públicas, uma estadual e duas municipais. Tratou-se de uma entrevista aberta. Em um
primeiro momento não foi mencionada a palavra inclusão, posteriormente sim, a palavra
inclusão é citada; toda a narrativa foi gravada e depois transcrita. O foco analítico
direcionou-se às reverberações das políticas de inclusão nas práticas pedagógicas. Como sujeitos submersos numa racionalidade neoliberal com a presença de um Estado gestor, uma das marcas são as políticas de inclusão, portanto, os professores entrevistados carregam em suas práticas pedagógicas o que é esperado deles na sala de aula. Nas análises percebeu-se o sentido de igualdade, sendo presente a ideia de que todos os alunos são iguais. Quase não citaram como problema a inclusão da pessoa com deficiência, pois percebeu-se um forte desejo em ter a participação de todos os alunos nas atividades escolares, tendo como foco a aprendizagem deles. No entanto, ainda está presente formas de nominar os alunos com a presença de diagnósticos, trazendo marcações como: deficientes, baixa visão, alunos com dificuldades etc. Verifica-se, também, a socialização não apenas como meio de estar ali, junto com os colegas da sala de aula, mas também como forma de verificar as aprendizagens. Desse modo, esta pesquisa olhou para a escola e para os estudos futuros como uma possibilidade de pesquisar as políticas e as estatísticas nacionais, a fim de perceber as desigualdades silenciosas que se percebem na escola.