Resumo |
Vivenciando a leitura e a escrita operadas na escola contemporânea, me coloquei a pensar sobre como os alunos as percebiam. A partir desta inquietação, elaborei o seguinte problema de pesquisa: qual o sentido de ler e escrever para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental de escolas públicas e como implicam em específicos modos de subjetivação? Para colocar essa problematização em movimento, busquei examinar o sentido de ler e escrever para os alunos dos anos inicias do ensino fundamental de escolas públicas; descrever o quê e como estes alunos leem e escrevem nas escolas e, ainda, problematizar esses sentidos atribuídos pelos alunos e a constituição de modos de subjetivação. Para tanto, contextualizei historicamente como se chegou a escola que temos hoje, trazendo problematizações quanto à escola contemporânea. Do mesmo modo, contextualizei a leitura e a escrita na escola e como vem sendo operada na atualidade, embasada por autores pós-estruturalistas, tais como: Sibilia, Larrosa, Veiga-Neto, Schuler, Ó, Ordine, entre outros. Para ir em busca desses objetivos, realizei três grupos focais com alunos de quartos e quintos anos de duas escolas públicas municipais, sendo uma de grande porte e outra de pequeno porte. Ao analisar as narrativas realizadas nesses grupos focais, pude identificar algumas regularidades, sendo que elenquei dois pontos como sendo de maior relevância para o exame nesta pesquisa. O primeiro trata da leitura e da escrita operadas na escola pela ótica da duplicação, utilidade e prazer e como irão implicar em modos de existência que apenas confirmam o que já sabem e o que já são. O segundo vai problematizar as escolhas literárias desses alunos, que são influenciadas pelos youtubers e a força mercadológica operada neste contexto. Para realizar essa análise, além dos autores já mencionados anteriormente, foi necessário a busca por mais bibliografias. Portanto, utilizei também Corbellini, Pereira, Moraes, Han e Silva. Deste modo, essas práticas operadas a partir de uma utilidade pragmática, da repetição automatizada, mas também tendo como referência de leitura os youtubers vem produzindo uma relação acelerada com a leitura, a partir de estímulos automatizados, fortemente atravessadas pela perspectiva do marketing que confirma o que somos e o que nos interessa, produzindo o leitor como um cliente a consumir informação, deixando pouco espaço para a leitura como contemplação, como formação e experiência.; |