Resumo:
A historiografia produzida sobre a cidade de Imperatriz/MA é marcada por um discurso desenvolvimentista baseado na “vocação da cidade para o progresso”, sob o comando de um pequeno grupo econômica e politicamente dominante. Apesar disso, o que se observa na realidade é uma trajetória marcada por grandes contrastes. Assim, historicamente percebe-se uma cidade simbolizada tanto pelo discurso progressista quanto pela manutenção de um status quo de carências e problemas. Interessam-nos especificamente os problemas referentes à sua urbanização, que refletem nos dias atuais as consequências do forte crescimento populacional vivenciado em meados no século XX, principalmente no período pós-abertura da rodovia Belém-Brasília. Nesse contexto, o estudo que se apresenta tem como objetivo compreender, a partir das fontes históricas, as contradições e as singularidades que permeiam a história da urbanização de Imperatriz, fortemente marcada pela presença das correntes migratórias. A partir da análise de conteúdo aplicada ao jornal O Progresso e da história oral de pessoas que vieram do Nordeste para se estabelecer nesta cidade, busca-se compreender como se deu a inserção dos imigrantes nordestinos no espaço urbano de Imperatriz, em termos de adaptação e uso da cidade. Diante do incremento populacional resultante da imigração, o processo de urbanização se estabelece e a posição da cidade no cenário regional se transforma, tornando-a um centro regional de referência. Compreender as experiências de Imperatriz na perspectiva que se apresenta contribui para uma história social do
espaço urbano inédita na produção científica sobre esta cidade, que carece de
estudos acerca das migrações e seus reflexos na urbanização local.