Resumo:
A ciência cognitiva, a filosofia da mente e a filosofia da ciência cognitiva são programas de pesquisa que contribuem para a superação do afastamento entre a mente humana e a natureza biológica da vida. Conformam um trabalho investigativo com anseio de uma maior compreensão sobre a natureza da mente humana e sobre como o cérebro participa do fenômeno cognitivo. Mostramos como a filosofia se insere na pesquisa científica dos fenômenos cognitivos com foco no filósofo Andy Clark e sua abordagem pluralista e integradora entre as visões cognitivista e corporificada. Para tanto, fazemos uma apresentação panorâmica própria da história da ciência cognitiva, concernente à diversidade de propostas metodológicas que a perfazem. Mostramos as bases neurocientíficas dessa área, que foram parte das causas que levaram a ciência cognitiva a superar o cognitivismo na sua versão tradicional e a pensar a cognição de forma corporificada, situada, enativa e distribuída. Examinamos a visão de Clark, filósofo que se insere nos debates teóricos da ciência cognitiva e demonstra, em sua prática filosófica pluralística, como os filósofos são parte da área investigativa da ciência cognitiva, hoje amplamente destacada na academia e na pesquisa em geral. Por fim, defendemos a necessidade de uma abordagem pluralista e contextualizada para o atual momento da ciência cognitiva.