Resumo:
O tema desta dissertação é a crise sindical, ou poderíamos dizer as crises sindicais (BRIDI, 2006). Concentra-se no período da “década neoliberal”, 1990 (CARDOSO, 2003), com as reformas orientadas para o mercado que precarizaram o mercado de trabalho. Nesse sentido, o presente trabalho pretende assinalar nossa contrariedade com a teoria da crise sindical. Em primeiro lugar, nos referimos ao fato de que ainda vivemos em uma sociedade capitalista e os sindicatos nasceram com ela para defender os trabalhadores do poder dos empregadores. Em segundo, temos uma compreensão teórica sobre a função dos sindicatos em uma sociedade capitalista: os sindicatos não são um partido político e, portanto, não são os únicos responsáveis para fazer as transformações sociais. Eles fazem parte desse processo. É um estudo que se apoia na história, nas ações das classes dominantes contra os trabalhadores. O método adotado é a análise bibliográfica que busca identificar os principais argumentos da crise do sindicalismo brasileiro na década de 1990 a fim de verificar se podemos falar em crise ou em mudança de estratégias ou de repertórios no período analisado. A base teórica é a Teoria do Confronto Político que trata dos ciclos de protestos e das oportunidades de ação política. Examina a relação entre sindicalismo e democracia para identificar as oportunidades de ação sindical. Traçamos um histórico da constituição da classe trabalhadora no Brasil e como se construiu o movimento sindical, bem como as ações das classes dominantes para controlar, através do Estado, as lutas sociais e impedir as classes subalternas de se organizarem de forma autônoma. Abordamos o período do golpe civil-militar que interrompeu a ascensão sindical nos anos 1960 e adentramos, na conclusão, em breve análise dos anos 2000 com o período democrático e de conquistas de 2003-2016 e o retrocesso após o golpe jurídico-parlamentar de 2016.