Resumo:
Considerando a inclusão como um processo que não tem um fim a ser alcançado e um direito a todos aqueles que, ao longo da história, vêm sendo segregados e excluídos da sociedade e da escola, este trabalho traz como objeto de estudo a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista. O objetivo é analisar e problematizar como pesquisadores, em suas dissertações e teses, abordam e dialogam sobre a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista na escola regular. Trata-se de uma pesquisa de análise documental, que elegeu, como caminho metodológico, o mapeamento e seleção de dissertações e teses desenvolvidas e publicadas no Brasil, no período de 2012 a 2020, destacando como critério – pesquisas que discutiam sobre inclusão escolar de crianças com Transtorno do Espectro Autista em escola regular. Foram analisados 11 trabalhos e destacadas recorrências enunciativas que apontaram para a socialização como um atravessamento curricular que esmaece outros tipos de aprendizagem que deveriam ser promovidas pela escola para o aluno com Transtorno do Espectro Autista. Diante de tal recorrência, problematizou-se a socialização como um atravessamento que acaba determinando e reduzindo a função da escola. Denominou-se socialização – ad aeternum – o conjunto enunciativo derivado dos materiais de pesquisa. Argumentou-se, concluindo sobre a finalidade do enviar as crianças com Transtorno do Espectro Autista para a escola regular, que não desafia os indivíduos a aprendizagens diferenciadas e justifica a importância da escola somente para a socialização, um tipo de socialização que não se conclui, mantendo a dependência do aluno com Transtorno do Espectro Autista da escola.