Resumo:
A dissertação analisa como as competências socioemocionais adentram a educação básica, no contemporâneo, por meio de uma analítica de reportagens da Revista Nova Escola. A pesquisa realizada foi de cunho qualitativo e se deu pautada nos Estudos Culturais a partir da hipercrítica, com o objetivo de problematizar e analisar as reportagens da Revista, no recorte temporal 2018/2019. Para desenvolver a presente pesquisa, tomou-se a seguinte pergunta investigativa: Como a Revista Nova Escola aborda Competências Socioemocionais na Educação Básica na Contemporaneidade? Baseamo-nos, para buscar- respondê-la, nos estudos sobre docência contemporânea, competências, competências socioemocionais, aprendizagem e formação docente. Na análise de 16 reportagens da Revista Nova Escola, tomou-se tanto as narrativas como as imagens para a produção de sentidos sobre as competências socioemocionais que circulam nessas reportagens. Os documentos legais, como a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e a Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996), foram usados para contextualizar e potencializar as análises. Observou-se também a relação das competências socioemocionais com o que a Revista Nova Escola seleciona como verdades pedagógicas dessa época, em uma dualidade estrutural, que divide o currículo em conhecimentos que atendem às camadas sociais de acordo com o que cada uma delas representa para a sociedade e para a economia neoliberal. Encontrou-se como resultado que as competências socioemocionais são produtos fabricados pela lógica neoliberal por meio de ONG’S, institutos e grandes empresas, que prometem, ao adentrar às políticas públicas, auxiliar e/ou subsidiar a formação para que os professores se alinhem à perspectiva de trabalho com as competências socioemocionais e, consequentemente, à condução das condutas de profissionais da educação e de alunos da educação básica, levando-os a assumirem uma vida e uma educação com os preceitos neoliberais.