Resumo:
A presente dissertação analisa, através das imagens das construções dos Estádios Olímpico (1954) e José Pinheiro Borda – Beira Rio (1969), em conjunto com os periódicos Jornal do Dia e Diário de Notícias, como o futebol participou da construção da imagem da cidade. As fotografias aqui utilizadas são as mais expostas por ambos os acervos dos clubes, bem como as matérias dos jornais contribuem para compreender o enredo que conduziu essas obras arquitetônicas. Dessa maneira, abordamos essa temática através do olhar conceitual de John Bale (2003), historiador e geográfo inglês que desenvolveu o termo de paisagem esportiva. Esse conceito procura compreender os espaços que se encontram nos arredores dos estádios e se constituem em peças participantes do próprio momento esportivo. Assim, captamos a cidade de Porto Alegre e suas transformações urbanas nas décadas de 1950 e 1960, período de um crescimento urbano que proporcionaria a imagem que a cidade hoje possui. Entre disputas sociais, moradia urbana e poder político, os estádios de futebol se entrecruzam com as dinâmicas sociais da urbe, construindo um imaginário próprio e mudando para sempre a face da cidade. Se integrando ao traçado da cidade, a paixão pelo futebol motivou duas obras arquitetônicas de grande envergadura, modificando os espaços da urbe, seja na remoção de uma vila no caso do Grêmio ou na alteração de uma paisagem ambiental, como no caso do Internacional. Assim, a cidade e seu imaginário se relacionam com o advento dos estádios e provocam um olhar sobre a cidade do futebol e seus teatros verdes.