Resumo:
A presente tese analisa como as práticas formativas desenvolvidas no Projeto
Caravana da Cultura em Defesa da Sustentabilidade e do Meio Ambiente operaram na tríade estabelecida entre a Comunidade, a Escola e a Universidade na constituição da educação ambiental (EA) na região de abrangência do Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (CIGRES). As questões orientadoras da pesquisa foram: quais práticas formativas de educação ambiental foram desenvolvidas pelo Projeto Caravana? Como operaram as práticas formativas de EA desenvolvidas na tríade, por meio do Projeto Caravana? Como as práticas formativas do Projeto Caravana impactaram a EA na região? Foram utilizados os conceitos de experiência ambiental e práticas formativas, elaborados a partir da análise qualitativa do Projeto Caravana, cujas práticas formativas foram mapeadas. Considerando-se a elaboração, a execução e o acompanhamento das ações ambientais elencadas no Projeto Caravana, buscou-se conhecer como essas práticas formativas foram desenvolvidas na tríade. Compuseram o
corpo empírico deste trabalho: o Projeto/Edital; os 10 relatórios de acompanhamento do
Projeto Caravana e seus anexos correspondentes; e a cartilha Educação Ambiental: resíduos sólidos e coleta seletiva. O exercício analítico permitiu aprofundar a compreensão da educação ambiental em locus distintos, como a Escola, a Comunidade e a Universidade, entendendo-se que essa tríade, constituída pela estrutura do próprio Projeto, ainda necessita ser fortalecida e trabalhada de forma mais contextualizada com as necessidades e desafios da Contemporaneidade nos diferentes setores dos municípios partícipes. Da forma como operam as práticas formativas nesses espaços, a experiência ambiental e a constituição de um ethos ambiental são ainda frágeis e inoperantes em alguns setores. Foi possível identificar dificuldades, como a descontinuidade de projetos e de ações e a falta de instituição de
políticas públicas municipais para balizar e dar sustentação à constituição e permanência de um ethos ambiental e para desenvolver práticas formativas como experiência ambiental. A tese que defendo é a de que a educação ambiental precisa centrar-se em práticas formativas que possibilitem a experiência ambiental, de maneira a criar um ethos ambiental que agrega os sujeitos para novos modos de ser e agir em relação ao ambiente, envolvendo a corresponsabilidade socioambiental e a sustentabilidade do planeta, em especial, dos seres humanos.