Resumo:
Neste trabalho apresento um estudo comparativo entre dois empreendimentos econômicos solidários na área da reciclagem e de um grupo de catadores que não optaram pela forma coletiva de trabalho. Busco avaliar as possibilidades da economia solidária a partir da adesão a suas práticas e valores propiciarem um processo de qualificação social capaz de superar processos de desqualificação social, conforme os descrevem Serge Paugam. Para dar conta deste objetivo, inicialmente reviso o contexto histórico dos trabalhadores empobrecidos. Posteriormente, revisarei os estudos acerca da marginalidade e da exclusão no Brasil, a fim de melhor fundamentar o que vem a ser um processo de qualificação social. Finalmente, busco demonstrar como os trabalhadores da reciclagem, a partir do desenvolvimento de uma identidade de resistência superam os estigmas e os rótulos resultantes do exercício da atividade de catação, os quais se configuram em verdadeiros obstáculos para uma inserção como cidadãos de direitos