| Resumo |
O presente estudo investiga as representações sociais dos corpos entre discentes do ensino médio integrado e suas relações com as aulas de Educação Física, considerando a influência de contextos socioculturais. Partindo de uma abordagem teórica que articula contribuições da Educação Física crítica, sociologia do corpo e Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1976, 1978, 2004), analisou-se como padrões corporais hegemônicos são construídos, reproduzidos ou contestados no ambiente escolar. A pesquisa, de natureza qualitativa envolveu 29 estudantes do Instituto Federal do Ceará (IFCE), com média de idade de 17,26 anos, apresentando um desvio padrão de 0,60. Foram utilizadas técnicas como Associação Livre de Palavras, questionários e quatro oficinas temáticas filmadas e gravadas. Os dados foram analisados mediante Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977, 2011, 2016) com apoio do software NVivo15®. Os resultados evidenciaram a persistência de uma busca pelo corpo idealizado, musculoso e saudável, influenciado por redes sociais e mídia, embora os participantes demonstrassem consciência crítica sobre a artificialidade desses padrões. Destacou-se a representatividade positiva de corpos pretos como fator de autoaceitação, além da percepção de que as aulas de Educação Física podem reforçar estereótipos ou promover inclusão, dependendo da abordagem pedagógica. A escola deve priorizar ambientes seguros para reflexão sobre pluralidade corporal, revisão de materiais didáticos inclusivos e parcerias com profissionais de saúde mental. Conclui-se que a Educação Física é reafirmada como espaço estratégico para desconstruir normatizações opressoras, valorizando a diversidade e fomentando autoconfiança e respeito às individualidades. O estudo aponta a necessidade de políticas públicas educacionais que integrem equidade de gênero, representatividade e infraestrutura adequada, visando transformar a disciplina em ferramenta de empoderamento e crítica social.; |
| Abstract |
Este estudio investiga las representaciones sociales de los cuerpos entre estudiantes de educación media integrada y sus relaciones con las clases de Educación Física, considerando la influencia de contextos socioculturales. A partir de un enfoque teórico que articula contribuciones de la Educación Física crítica, la sociología del cuerpo y la Teoría de las Representaciones Sociales (MOSCOVICI, 1976, 1978, 2004), se analizó cómo los patrones corporales hegemónicos se construyen, reproducen o cuestionan en el ámbito escolar. La investigación, de naturaleza cualitativa, involucró a 29 estudiantes del Instituto Federal de Ceará (IFCE), con una edad promedio de 17,26 años, con una desviación estándar de 0,60. Fueron utilizados técnicas como Asociación Libre de Palabras, cuestionarios y cuatro talleres temáticos filmados y grabados. Los datos se analizaron mediante Análisis de Contenido (BARDIN, 1977, 2011, 2016) con apoyo del software NVivo15®. Los resultados evidenciaron la persistencia de una búsqueda del cuerpo idealizado (musculoso, saludable), influenciado por redes sociales y medios, aunque los participantes demostraron conciencia crítica sobre la artificialidad de estos patrones. Se destacó la representatividad positiva de cuerpos negros como factor de autoaceptación, además de la percepción de que las clases de Educación Física pueden reforzar estereotipos o promover inclusión, dependiendo del enfoque pedagógico. La escuela debe priorizar entornos seguros para la reflexión sobre la pluralidad corporal, revisión de materiales didácticos inclusivos y alianzas con profesionales de salud mental. Se concluyó que la Educación Física se reafirma como espacio estratégico para deconstruir normativas opresoras, valorizando la diversidad y fomentando la autoconfianza y el respeto a las individualidades. El estudio señala la necesidad de políticas públicas educativas que integren equidad de género, representatividad e infraestructura adecuada, buscando transformar la disciplina en herramienta de empoderamiento y crítica social.; This study investigates the social representations of bodies among integrated high school students and their relationship with Physical Education classes, considering the influence of sociocultural contexts. Based on a theoretical framework integrating critical Physical Education, sociology of the body, and Social Representations Theory (MOSCOVICI, 1976, 1978, 2004), the research analyzed how hegemonic body standards are constructed, reproduced, or challenged in the school environment. The qualitative study involved 29 students from the Federal Institute of Ceará (IFCE), with an average age of 17.26 years, with a standard deviation of 0,60. Were used techniques such as Free Word Association, questionnaires, and four filmed/recorded thematic workshops. Data were analyzed through Content Analysis (BARDIN, 1977, 2011, 2016) supported by NVivo15® software. Results revealed a persistent pursuit of an idealized body (muscular, healthy), influenced by social media and mainstream media, though participants demonstrated critical awareness of the artificiality of these standards. Positive representation of Black bodies emerged as a factor for self-acceptance. Additionally, Physical Education classes were perceived as either reinforcing stereotypes or promoting inclusion, depending on pedagogical approaches. The schools should prioritize safe environments for reflection on bodily diversity, inclusive educational materials, and partnerships with mental health professionals. The study concludes that Physical Education is reaffirmed as a strategic space to deconstruct oppressive norms, valuing diversity and fostering self-confidence and respect for individuality. The research highlights the need for educational public policies integrating gender equity, representation, and adequate infrastructure to transform the discipline into a tool for empowerment and social critique.; |