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Lentes de intimidade como perspectivas de participação no design

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Autor Junges, Rodrigo;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/6320543915421001;
Orientador Meyer, Guilherme Englert Correâ;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/0452457026604900;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola da Indústria Criativa;
Idioma pt_BR;
Título Lentes de intimidade como perspectivas de participação no design;
Resumo Vivemos uma crise de afetividade. As relações tornam-se cada vez mais fragmentadas, atravessadas pela lógica da performance, da produtividade e da antecipação. À medida que a vida cotidiana se acelera, elementos das dimensões inter-relacionais e afetivas se desaceleram e, com eles, o desejo e a disponibilidade de se envolver com o outro. Essa fragilidade relacional, que também afeta a maneira como projetamos, atravessa com força os processos de design participativo, que muitas vezes se dizem coletivos, mas operam em formatos normativos, instrumentais e desatentos à espessura dos vínculos que sustentam o fazer com. É nesse contexto que esta dissertação propõe a intimidade como uma perspectiva sensível para compreender a qualidade das relações em processos de design. Intimidade aqui não é entendida como algo romântico ou privado, mas como fenômeno relacional que emerge do estar-com, da confiança construída no tempo, dos limites negociados, da escuta que não antecipa, da presença que se oferece. Ao reconhecer que os vínculos interpessoais influenciam de forma decisiva a potência dos processos colaborativos, esta pesquisa parte do pressuposto de que a intimidade pode operar como lente de leitura e também como ética relacional nos projetos em que o fazer é partilhado. O percurso metodológico combina três frentes: o aprofundamento teórico sobre a intimidade como experiência situada, a realização de entrevistas narrativas abertas com atuantes em práticas participativas e a construção de articulações entre teoria e experiência. A partir desse trajeto, foram formuladas dimensões conceituais que buscam sensibilizar o olhar para o fenômeno da intimidade, foram reunidas versões narrativas que expressam modos diversos de vivenciá-la, e por fim, foram criadas quatro lentes que integram esses saberes e oferecem uma nova perspectiva para pensar a participação em design. Essas lentes não visam permitir algum tipo de aplicação rígida, mas sim como campos de atenção que permitem reconhecer a profundidade dos vínculos que sustentam os processos cocriativos. Ao propor a intimidade como perspectiva, esta dissertação não pretende definir um novo modelo de participação, mas sim convocar o design a implicar-se nas relações que o constituem, abrindo espaço para o envolvimento ético com o outro, a suspensão de certezas, a escuta afetiva, a temporalidade relacional e a disponibilidade de se deixar transformar pelo encontro.;
Abstract We are living through a crisis of affectivity. Relationships are increasingly fragmented, shaped by the logic of performance, productivity, and anticipation. As everyday life accelerates, the inter-relational and affective dimensions tend to slow down — along with the desire and availability to engage with others. This relational fragility, which also affects the way we design, strongly permeates participatory design processes that often claim to be collective, yet operate through normative and instrumental formats, inattentive to the depth of the bonds that sustain the act of doing together. It is in this context that this dissertation proposes intimacy as a sensitive perspective for understanding the quality of relationships in design processes. Here, intimacy is not understood as something romantic or private, but as a relational phenomenon that emerges from being-with, from trust built over time, from negotiated boundaries, from listening that does not anticipate, from presence that makes itself available. Recognizing that interpersonal bonds decisively influence the strength of collaborative processes, this research assumes that intimacy can operate both as a lens for interpretation and as a relational ethic in projects where making is shared. The methodological approach combines three fronts: theoretical deepening of intimacy as a situated experience, open narrative interviews with practitioners involved in participatory practices, and the construction of articulations between theory and experience. From this trajectory, conceptual dimensions were formulated to sensitize the gaze to the phenomenon of intimacy; narrative versions were gathered, expressing diverse ways of experiencing it; and finally, four lenses were proposed, integrating these forms of knowledge and offering a new perspective for rethinking participation in design. These lenses are not intended to be rigidly applied, but rather to serve as fields of attention that help recognize the depth of the bonds that sustain co-creative processes. By proposing intimacy as a perspective, this dissertation does not seek to define a new model of participation, but to call design into the relations that constitute it — opening space for ethical involvement with the other, the suspension of certainties, affective listening, relational temporality, and the willingness to be transformed by the encounter.;
Palavras-chave Intimidade; Design; Participação; Processo e relação; Intimacy; Participation; Process; Relation;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Sociais Aplicadas::Desenho Industrial;
Tipo Dissertação;
Data de defesa 2025-08-29;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13875;
Programa Programa de Pós-Graduação em Design;


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