Resumo:
Esta pesquisa tem como objetivo investigar como as trajetórias pessoais e profissionais de migrantes STEM influenciam a fuga de cérebros e a circulação de conhecimento. Para esse propósito, foi analisado o caso de profissionais brasileiros das áreas STEM que migraram para os Estados Unidos, utilizando uma abordagem qualitativa de pesquisa. Com base em dados secundários e entrevistas semiestruturadas com 41 migrantes brasileiros STEM, o estudo analisa como suas trajetórias pessoais e profissionais impactam a mobilidade de capital humano e os fluxos de conhecimento entre os EUA e o Brasil. A fuga de cérebros tem sido um problema crítico para o desenvolvimento de capital humano em países emergentes, enquanto brain circulation oferece um caminho potencial para mitigar essas perdas. Os resultados revelam que a fuga de cérebros e brain circulation não são fenômenos mutuamente excludentes, mas coexistem de forma complexa. A pesquisa também identifica quatro mecanismos de fluxos de conhecimento internacional por meio dos profissionais migrantes STEM: redes globais; laços étnicos e conexões pessoais; práticas de colaboração científica e inovadora; e comunidades de diáspora. Em diversas situações, mecanismos informais e relacionais viabilizam os fluxos de conhecimento, ainda que de maneira não institucionalizada. Como contribuição, o estudo propõe uma ampliação do entendimento teórico sobre a mobilidade de capital humano ao incorporar dimensões pessoais e relacionais, e recomenda o desenvolvimento de políticas públicas que construam “pontes” entre o Brasil e seus profissionais migrantes STEM no exterior.