Resumo |
Ao longo da história pode-se observar a ocorrência de diversas bolhas financeiras no mundo todo. Essas bolhas podem se formar em torno de diversos ativos, como tulipas (tulipomania no século XVIII), empresas de tecnologia (bolha da internet no final do século XX) ou imóveis (crise do subprime de 2008). Estas bolhas são capazes de causar crises globais, impactando na vida de toda sociedade mundial. A crise imobiliária de 2008, por exemplo, fez com que a taxa de desemprego nos Estados Unidos subisse de 4,6% em 2007 para 9,0% em 2009 (Amorim, 2011). Bolhas financeiras podem ocasionar grandes prejuízos sociais em todas as esferas da sociedade em escala global. A ocorrência da última grande crise em 2008 causou preocupação em economistas do mundo todo. Como era possível a formação de uma bolha de tal proporção sem que economistas tenham previsto ou percebido e impedido? Retrocedendo no tempo, é possível observar indicadores que apontavam para uma clara formação de bolha no mercado imobiliário estadunidense. Como estes indicadores passaram despercebidos por todos especialistas? Essa incerteza gera receio em relação ao futuro, pois a qualquer momento podemos estar novamente diante de uma nova crise econômica em escala global, e novamente não estamos percebendo. Nesse contexto, a busca por um modelo matemático que explique o surgimento de bolhas financeiras é de extrema importância. Muitos modelos financeiros partem do pressuposto de que todos agentes no mercado agem sempre de forma racional. Porém, esta abordagem não é capaz de explicar o surgimento destas anomalias no mercado. Assim, surge o campo da Finança Comportamental, que tenta implementar a certas irracionalidades aos agentes do mercado, como o comportamento de manada, com o objetivo de explicar tais fenômenos como as bolhas financeiras. Entender como bolhas se formam é um grande passo para poder identificá-las futuramente ainda em processo de formação, e impedir que atinjam proporções absurdas. Muitas tentativas foram e ainda vêm sendo feitas para criar modelos cada vez mais completos e precisos para descrever esse processo. Este trabalho apresenta um modelo baseado no comportamento de formigas ao explorarem fontes de alimento proposto por Alan Kirman (1993), que mostra a formação do comportamento de manada que pode ser aplicado ao comportamento humano e a agentes no mercado financeiro. Junto a este modelo, são acrescidos outros fatores importantes a serem levados em consideração neste processo, como agentes que se posicionam de forma contrária ao efeito de manada e a existência de pequenos grupos de influência dentro da sociedade.; |