Resumo:
O presente estudo trata sobre a intercooperação em cooperativas de crédito e o ambiente institucional brasileiro. Este trabalho tem como objetivo analisar de que forma a intercooperação pode auxiliar as cooperativas de crédito a lidar com o ambiente institucional brasileiro, no caso da Cooperativa Sicredi União Metropolitana RS. Em termos metodológicos foi realizado estudo de caso único, por meio de pesquisa qualitativa exploratória e descritiva através da aplicação de entrevistas semiestruturadas. Entre os sujeitos entrevistados estão 2 gerentes, 3 diretores, o vice-presidente e um presidente da cooperativa Sicredi União Metropolitana RS. Para o tratamento dos dados adotou-se a análise de conteúdo com auxílio do software Nvivo. A partir da revisão da literatura, construiu-se o roteiro de entrevistas e definiu-se as 13 categorias apriori, das quais emergiram as categorias finais. Entre os principais achados empíricos identificados nesta pesquisa estão as características positivas da intercooperação. Aponta-se que o aprendizado organizacional permitiu a troca de informações e experiências entre as cooperativas de crédito. Destaca-se também que o fato das cooperativas pertencerem a um sistema ocasionou um ganho de potencial, escala e aumento de negócios. Identificou-se que outra vantagem das cooperativas pertencerem a um sistema é a centralização de atendimento de demandas legais, uma vez que todo esse processo fica centralizado junto ao sistema. A pesquisa apontou que a troca de experiências entre as cooperativas promove a utilização de melhores práticas nos processos, onde os erros e acertos geram lições aprendidas que permitem uma atuação mais eficaz, através da prática da intercooperação. Salienta-se nos resultados vantagens da intercooperação, entre elas uma maior segurança no atendimento das demandas legais do ambiente institucional brasileiro, através de procedimentos padronizados e equipe de especialistas. A pesquisa evidenciou que a intercooperação auxilia a cooperativa pertencente a um sistema a ser competitiva, provendo uma marca e mídia fortes e ganho de escala em produtos e serviços. Por outro lado, a pesquisa identificou algumas dificuldades que as cooperativas podem ter por não estarem incorporadas dentro de um sistema e, consequentemente, não exercerem a prática da intercooperação. Entre as desvantagens estão uma maior dificuldade no início das atividades, pouca capacidade para grandes investimentos, como também uma complexidade para a entrada no mercado de grandes centros. Deste modo, as contribuições destacadas nesta pesquisa abrangeram a análise da forma como a intercooperação pode auxiliar as cooperativas de crédito para lidar com o ambiente institucional brasileiro. Sendo assim, foram identificados os motivadores para a intercooperação, descrevendo as características do ambiente institucional brasileiro, bem como a identificação das variáveis institucionais que impulsionam ou são restritivas à intercooperação, propondo um modelo para intercooperação em cooperativas de crédito.