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“Não é ativismo, é jornalismo”: os feminismos do Projeto Celina nas narrativas sobre violência de gênero

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Autor Barcellos, Luíza Buzzacaro;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/2927591751724243;
Orientador Bittencourt, Maria Clara Jobst de Aquino;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/1404759638253577;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola da Indústria Criativa;
Idioma pt_BR;
Título “Não é ativismo, é jornalismo”: os feminismos do Projeto Celina nas narrativas sobre violência de gênero;
Resumo Esta dissertação buscou compreender como ocorre a prática de um jornalismo feminista tomando como objeto o Projeto Celina, uma iniciativa do jornal O Globo, criado em 2019, destinado à cobertura de temas ligados a gênero, mulheres e diversidade. O objetivo, portanto, era entender se e em que medida os feminismos das jornalistas do projeto eram acionados na cobertura sobre violência de gênero – fenômeno entendido, por mim, como uma das principais consequências das desigualdades de gênero –, levando em consideração que a iniciativa é alocada em um jornal tradicional e reconhecido por um discurso conservador. Para alcançar tal objetivo, a pesquisa parte do entendimento de gênero como uma categoria teórico-epistemológica (BONETTI, 2012) e do jornalismo como uma instituição pedagógica e um tipo de conhecimento social, que é, em si, marcadamente masculino (VEIGA DA SILVA, 2014). O estudo se encaminha a partir de dois vieses metodológicos: a análise da narrativa (MOTTA, 2017), aplicada às notícias sobre violência de gênero veiculadas no primeiro ano de funcionamento do projeto; e a realização das entrevistas com algumas das jornalistas de Celina. Esses dois métodos buscaram uma análise mais abrangente sobre a prática jornalista do Celina, colhendo pistas dos interesses comunicativos expostos nas narrativas e também o entendimento das jornalistas em relação a gênero e feminismo. Com isso foi possível perceber que, mesmo que as jornalistas proponham uma cobertura feminista no projeto e que de fato consigam romper com algumas normas profissionais masculinistas e hierarquizantes, o compromisso com a objetividade acaba se apresentando como um dos principais obstáculos nesse jornalismo feminista que seria mais afeito à subjetividade, à parcialidade e à alteridade. Essa objetividade também se mostrou como uma conduta que acaba limitando a abertura das jornalistas com sujeitos e realidades distantes das delas, seja na proposição das pautas ou no próprio desenvolvimento destas. Mesmo que haja um esforço em abranger as pautas do feminismo interseccional, considerando as desigualdades de gênero em relação aos outros marcadores sociais, as jornalistas de Celina, ao negar as suas subjetividades e os seus ativismos nas notícias que veiculam, acabam legitimando apenas as vozes de algumas mulheres e apenas alguns tipos de violência de gênero, que estão mais próximas delas enquanto sujeitas.;
Abstract This dissertation sought to understand how the practice of feminist journalism occurs, taking as its object the Projeto Celina, an initiative of the newspaper O Globo, created in 2019, aimed at covering issues related to gender, women and diversity. The objective, therefore, was to understand whether and to what extent the feminists of the project's journalists were triggered in the coverage of gender violence - a phenomenon I understand as one of the main consequences of gender inequalities - taking into account that the initiative it is allocated in a traditional newspaper and recognized for a conservative speech. To achieve this goal, the research starts from the understanding of gender as a theoretical-epistemological category (BONETTI, 2012) and journalism as a pedagogical institution and a type of social knowledge, which is, in itself, markedly masculine (VEIGA DA SILVA, 2014). The study is based on two methodological biases: the analysis of the narrative (MOTTA, 2017), applied in the news about gender violence published in the first year of operation of the project; and conducting interviews with some of Celina's journalists. These two methods sought a more comprehensive analysis of Celina's journalistic practice, gathering clues from the communicative interests exposed in the narratives and also the journalists' understanding of gender and feminism. With that, it was possible to realize that, even though the journalists proposed feminist coverage in the project and that in fact managed to break with some masculinist and hierarchical professional norms, the commitment to objectivity ended up presenting itself as a main obstacle in this feminist journalism that would be more affectionate subjectivity, partiality and otherness. This objectivity also proved to be a conduct that ends up limiting the openness of journalists with subjects and realities that are distant from theirs, whether in the proposition of the guidelines or in their own development. Even though there is an effort to cover the intersectional feminism guidelines, considering the gender inequalities in relation to other social markers, Celina's journalists, by denying their subjectivities and their activisms in the news they broadcast, end up legitimizing only the voices of some women and only some types of gender-based violence, which are closer to them as subjects.;
Palavras-chave Jornalismo; Feminismo; Violência de gênero; Narrativas; Projeto Celina; Journalism; Feminism; Gender violence; Narratives;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Sociais Aplicadas::Comunicação;
Tipo Dissertação;
Data de defesa 2021-03-19;
Agência de fomento CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9760;
Programa Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação;


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