Resumo:
A reflexão acerca da educação e seus propósitos é uma questão recorrente, emergente e de central importância se considerarmos o cenário evolutivamente complexificado em que vivemos. (MORIN, 2012). A partir dessa premissa, a discussão da pesquisa incorpora o questionamento da função social, cultural e política da educação pelo prisma da convivialidade (ILLICH, 1976; FISTETTI, 2017; MANZINI, 2017), através da abordagem do design estratégico. (MANZINI, 2017). Posiciona a educação em uma perspectiva ecossistêmica (MATURANA; VARELA, 1995; MORIN, 2012; 2015), em que a convivialidade torna-se vetor para uma descontinuidade sistêmica de mecanismos alienantes de aprendizagem e na transição para o desenvolvimento da transformação social e cultural de uma sociedade. De acordo com Illich (1976), a convivialidade prevê que as prioridades acerca do desenvolvimento da sociedade sejam redefinidas, concedendo abertura para relações colaborativas que sejam passíveis de uma análise comunitária crítica e política em relação à produtividade e seus meios. Essa abertura é condizente com uma aprendizagem emancipatória, que agencie e articule organicamente habilidades individuais e coletivas favorecendo não só a democratização da educação, bem como condições para uma cultura da aprendizagem. (MORIN, 2015). Para tanto, a análise das relações teóricas da convivialidade vinculadas ao processo de design para a reflexão na educação, propõe elementos integradores em consonância com uma nova cultura do design estratégico. (MANZINI, 2017). Nesse fluxo, a tese apresenta a proposta da cartografia de projetos de aprendizagem como ferramenta convivial para orientar o planejamento de processos de aprendizagem no contexto escolar. A cartografia de projetos de aprendizagem é uma abordagem projetual de design estratégico, compreendida como uma tecnologia social na perspectiva da ferramenta convivial. A proposta de uma aprendizagem ressignificada pela convivialidade busca contribuir para futuros mais sustentáveis pela potencialização do modo design de ação no âmbito político, social e cultural, promovendo rupturas com modelos de pensamento que endossam o determinismo funcional e monolítico do contexto escolar.