Resumo |
O trabalho constitui-se como fundamento do ser humano inserido socialmente, fazendo parte de sua identidade (LESSA, 2002) e articulando a esfera social e a vida privada do trabalhador. Nos últimos anos, o mundo do trabalho tem-se tornando cada vez mais complexo e multifacetado, visto que profundas transformações ocorreram em decorrência da adoção de um novo modelo de acumulação capitalista (ARAÚJO; PALMA; ARAÚJO, 2017). Nesses contextos de trabalho, observam-se intensificação das exposições ocupacionais já habituais, bem como a emergência de exposições decorrentes de novas exigências e demandas, com impacto na saúde física e mental. A reestruturação da economia, com mudanças significativas nas relações de emprego e nos processos produtivos, tem gerado um novo perfil de morbimortalidade para os trabalhadores, observando-se um aumento das doenças ocupacionais, como os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) (COSTA et al., 2013). Entre as causas mais citadas como determinantes dos transtornos mentais estão as condições de trabalho (organização, processo e ritmo), além do estresse e das características individuais do trabalhador. Além disso, os problemas de adoecimento mental continuam a demandar atendimento em serviços públicos e têm motivado o afastamento do trabalho e a aposentadoria por invalidez de muitos trabalhadores do setor formal de trabalho (JACQUES, 2007; SAMPAIO; MESSIAS, 2002).; |