Resumo:
Nesta pesquisa elegemos como tema de investigação a circulação da agressividade entre os adolescentes com a idade compreendida entre os 14 aos 16 anos, que estudam no Colégio de Nossa Senhora da Conceição na cidade de Benguela na República de Angola, tendo como marco epistemológico a Midiatização e os Processos Sociais. O contexto social angolano atual permite-nos observaro desdobramento de um conflito que transita entre a guerra civil e as disputas das ofertas da indústria cultural midiática. Assim, ao falar da circulação de agressividade na ambiência midiática em Angola, estamos tomando o conceito de mídias, não apenas como aparatos tecnológicos, mas sim como conjunto de dispositivos sociotécnico-tecnológico, semiótico, simbólico e interacional (FERREIRA, 2007; MIÉGE, 2009; FAUSTO NETO, 2008, BRAGA 2011; ROSA, 2012; GOMES, 2017) de usos, com o advento das TICs. Por consequência, faz-se necessário a apropriações das lógicas e gramáticas que cerceiam este conjunto de dispositivos para perceber como os indivíduos são afetados pelo que circula nas mídias, como interagem com o que lhes afeta e o como representam esta coisa que lhes afeta. Ou seja, objetivando estudar algo que complexamente talvez se surja das interfaces entre o que vem das lógicas mercadológica que envolvem as práticas de produção, circulação e consumo dos bens da Indústria Cultural midiática, por meio dos dispositivos midiáticos. Por estas angulações intuímos que, talvez objetivemos o estudo de uma temática que fugindo dos esquemas tradicionais do campo da comunicação social, que na transversalidade acione outros conceitos como, por exemplo, agressividade, adolescência, identidade e subjetividade. O acionamento destes conceitos coloca-nos numa trilha difusa e de alta complexidade. E como forma de minimizar os riscos que corremos, somos forçados e obrigados a estabelecer protocolos e contratos de leitura, convocando os autores tais como: Adorno e Horkheimer (1973), Adorno (2006), Aumont (1993), Bourdidieu (1997), Bulmer (1977), Quiroga (2007) e Vygostsky (1988), dos campos da Sociologia, da Psicologia e da Antropologia, donde são originários. Portanto, com a convocação destes autores porque cremos que instigados por aquilo que imerge das bordas da circulação midiática conseguiremos perceber quais os lugares posicionais (FREUD (1915, 1996), MALDAVSKY (1977), MOSCOVICI (2003) destes adolescentes em suas práticas sociais. Isto implica assumir a elaboração de uma abordagem que tenha como foco as subjetividades dos indivíduos sob a perspectiva da percepção e a recepção da cultura midiática.