Resumo:
Objetivos: Analisar a prevalência de dor musculoesquelética e fatores associados em estudantes da área da saúde da Universidade de Rio Verde/GO. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 2295 universitários de ambos os sexos e idade igual ou maior a 18 anos. Os estudantes responderam a um questionário autoadministrável, padronizado e pré-testado, tendo como desfecho a dor musculoesquelética em membros superiores, tronco e membros inferiores, ocorrendo frequentemente ou sempre, durante os últimos 12 meses, mensurada por meio do Questionário Nórdico. Para análise das associações com as variáveis sociodemográficas, comportamentais, nutricional e de saúde foi utilizada a regressão de Poisson com variância robusta estratificada por sexo. Resultados: Verificou-se maior prevalência de dor musculoesquelética em mulheres do que em homems. Dentre os acadêmicos do sexo masculino e feminino analisados, 20,3% (IC95%: 17,2-23,3) e 35,4% (IC95%: 33,0-37,7), respectivamente, relataram dor musculoesquelética em membros superiores, 23,2% (IC95%: 20,0- 26,3) e 38,9% (IC95%: 36,5-41,3) na região do tronco e 16,5% (IC95%: 13,7-19,3) e 20,5% (IC95%: 18,5-22,5) em membros inferiores. Entre as acadêmicas, após ajuste na análise multivariada, confirmou-se uma associação estatisticamente significativa entre tipo de curso, períodos finais do curso, trabalho remunerado, comportamento sedentário e pior autopercepção de saúde com a ocorrência de dor em membros superiores. Na região do tronco observou-se associação independente das variáveis curso, comportamento sedentário e pior autopercepção de saúde. Os fatores associados com a dor em membros inferiores foram trabalho, prática de atividade física, comportamento sedentário, pior autopercepção de saúde e presença de obesidade. A análise ajustada também foi explorada para participantes do sexo masculino, contudo não foi possível confirmar a significância estatística após ajuste. Conclusão: A prevalência de DME foi elevada para todos os seguimentos corporais investigados, sendo maior na região do tronco e dos membros superiores, especialmente nas mulheres. Destacam-se como grupos mais vulneráveis a DME as acadêmicas dos períodos finais do curso, com trabalho remunerado, com comportamento sedentário e com sobrepeso ou obesidade.