Resumo:
A pesquisa a seguir aborda o filme Operações de garantia da lei e da ordem, de Júlia Murat e Miguel Augusto Ramos (2018), na perspectivas das teorias da montagem. O objetivo central deste trabalho é perceber os sentidos dados ao conflito no filme. Para atingir este objetivo revisamos as teorias da montagem na tecnocultura contemporânea com autores como Eisenstein (2002); Manovich (2001); Aumont (1995); Alabao (2014); Askanius (2015), entre outros. Como metodologia nos valemos da cartografia (CANEVACCI, 1997) e da dissecação de imagens. (KILPP, 2010). Entre as principais conclusões, percebemos que o conjunto de dispositivos que estão disponíveis hoje para imaginar, isto é: produzir, compartilhar, editar, voltar a usar as imagens entra em colisão com o modelo de imagens que corresponde à tecnocultura televisiva. Esta realidade técnica dinamiza uma realidade cultural que coloca a produção de imagens de questões cotidianas como relevante: desde um café da manhã a uma manifestação, tudo tem lugar entre smartphones e interfaces. Embora há um conflito permanente entre as características de imagens institucionalizadas pela televisão e as imagens produzidas por dispositivos móveis, o embate constante que a tecnocultura possibilita leva a que estas imagens vão sendo repetidamente associadas a determinados sentidos, nascendo assim a imagem de realidade, a imagem testemunha, as imagens extensões do corpo, as imagens de urgência presentes no documentário como formas de atualização do conflito eisensteniano.