Resumo:
O presente estudo tem como objetivo analisar a percepção dos líderes sobre as práticas organizacionais em bancos públicos do Rio Grande do Sul, que geram o desenvolvimento de um ambiente intraempreendedor. A pesquisa foi desenvolvida com uma abordagem quantitativa e qualitativa. Líderes do setor bancário em atividade profissional no sul do Brasil responderam ao Instrumento de Avaliação do Empreendedorismo Corporativo, o CEAI (KURATKO; HORNSBY; COVIN, 2014), que foi complementado com duas perguntas abertas sobre a percepção de práticas que aprimoram e fragilizam o intraempreendedorismo em seu ambiente de trabalho. Somando às informações qualitativas, também foi realizada uma entrevista com uma gerente de educação corporativa de uma das instituições pesquisadas. Os dados quantitativos foram tratados pela análise da estatística descritiva e inferencial, enquanto aos qualitativos aplicou-se a Análise de Conteúdo. Entre os principais resultados, destaca-se que as dimensões Recompensa/ reforço e Discrição no trabalho foram as mais reconhecidas pelos líderes nas práticas organizacionais que aprimoram as atividades intraempreendedoras. Mesmo com bons resultados, essas dimensões demonstram oportunidades para expandir a autonomia para decisões relacionadas às ideias e para diversificar recompensas/reforços para projetos de longo prazo que possibilitam melhorias e/ou inovações para os negócios. O apoio da gestão foi reconhecido, mas com um resultado sem destaque. Os líderes percebem o empoderamento para o desenvolvimento de suas ideias com fragilidades nos fatores relacionados ao apoio e ao investimento institucional para a sua continuidade. As maiores oportunidades estão relacionadas à disponibilidade de tempo e aos limites organizacionais. O ambiente organizacional no setor bancário pode ser caracterizado por muitas especificações de trabalho. Esse dinamismo inibe as rotinas de adaptação e a flexibilidade necessária para aprimorar as condições organizacionais precedentes ao intraempreendedorismo. O estudo apresenta seus limites em relação às características das instituições bancárias que foram pesquisadas, podendo também ser tema para futuras pesquisas.