Resumo:
O presente trabalho busca compreender como a narratividade softwarizada atualiza sentidos de memória, arquivo, banco de dados, audiovisualidades e imagem-interface no produto comunicacional “Eu sou Amazônia”, do Google Earth, produção online disponível desde 2017. Para o procedimento metodológico, articulamos a metodologia das molduras (KILPP, 2003; 2010b; 2015) e a escavação de camadas pelo viés da arqueologia da mídia, em conjunto com o que denominamos como laboratório das travessias. Os acionamentos teóricos se encaminham para propor a noção de narratividade softwarizada, tensionando os campos de estudo da memória, das audiovisualidades, interface e softwares na perspectiva da tecnocultura audiovisual. O percurso da análise dá a ver a narratividade softwarizada em dois processos: 1) Pelas travessias cartográficas, as quais nos mostraram a amplitude do empírico e nos fizeram enxergar as molduras homepage, interface, YouTube, mapa audiovisualizado e hipertexto; 2) Pelas escavações de camadas que coalescem, chamadas “Amazônia Audiovisualizada”, “Soft reader na interface” e “Falsa opacidade do software”. A partir de todo o processo, a narratividade softwarizada nos fez compreender sua atualização no “Eu sou Amazônia”, do Google Earth, ao exibir a duração de memórias sobre a Amazônia e as audiovisualidades naquele ambiente, e colocar à mostra a potência do software emergindo enquanto forma cultural presente, mediando nossas relações.