Resumo:
Transtornos mentais comuns são considerados pela Organização Internacional do Traba-lho como os de maior incidência entre trabalhadores, inclusive docentes. Nessa direção, a presente dissertação abordou o tema relacionando-o com a percepção de clima escolar. Ela está organizada em dois estudos empíricos de abordagem quantitativa. O primeiro estudo teve como objetivo caracterizar o clima escolar percebido por professores e estu-dantes em instituições privadas de ensino de nível técnico em Porto Alegre e região me-tropolitana, encontrando-se que em ambos havia concordância nos fatores relação pro-fessor-aluno e relação aluno-aluno. Separadamente, os professores também indicaram a clareza das expectativas e a segurança com maior concordância. Houve diferença nas respostas de professores e estudantes sobre o clima escolar em todos os fatores, com exceção da relação aluno-aluno. No segundo estudo, por sua vez, examinou-se se havia contribuição e em que extensão o clima escolar afetava os transtornos mentais comuns (TMC) entre professores. Os resultados indicaram a presença de TMC com intensidade de normal a leve para a maioria dos participantes, e correlações fracas com os fatores do clima escolar. Contudo, constatou-se das respostas que a justiça das regras explicava em 16% a variância da depressão, e em 15%, do estresse, enquanto a percepção negativa sobre a segurança explicava em 14% a variância da ansiedade. Acredita-se que a discus-são dos dados encontrados pode auxiliar gestores e professores a entenderem melhor o ambiente no qual trabalham para buscarem as possíveis influências que exercem no de-senvolvimento de transtornos mentais, visando a prevenção e promoção da saúde neste contexto.