Resumo:
A dissertação investiga circuitos e processos de sentido midiáticos configurados pelas interações entre atores, instituições e meios relacionados ao movimento “Somos Todos Odebrecht”. Em 2015, no Brasil, foi deflagrada a Operação Lava Jato, na qual Odebrecht é investigada. Empregados da organização, considerados como “atores institucionais”, manifestaram-se em seu favor e criaram o movimento “Somos Todos Odebrecht” (STO), constituído em redes digitais, nesta pesquisa entendidas como meios sócio-semio-técnicos cujas configurações são um campo de possibilidades conforme os usos sociais. A perspectiva são as epistemologias da midiatização, e o aporte também envolve a comunicação organizacional. A construção do caso acadêmico é um processo que relaciona inferências abdutivas, dedutivas e indutivas, analogias e proposições. Busca-se relacionar os sentidos e direcionamentos do STO considerando-se especialmente os atores em rede como campo de observação. Construiu-se uma “linha do tempo” de acontecimentos gerados por instituições do campo jurídico e pela instituição midiatizada Odebrecht, e pautados pela mídia de conteúdo. Esquemas sintetizam figuras que representam sentidos emergentes da materialização em rede de conteúdos com o uso da #SomosTodosOdebrecht em relação a três instâncias: a do movimento (pertença, comunidade e tribo); a das instituições midiáticas e Odebrecht (tradição, conivência e ambiguidade); e a judiciária (julgamento, lei e moral).