Resumo:
O presente estudo aborda o comportamento do produtor de soja brasileiro em relação à utilização de derivativos na Bolsa de Valores. Ao realizar uma revisão da literatura sobre a forma como se comportam os agricultores em diversas regiões do mundo, especialmente em relação à utilização de derivativos, procura-se contribuir com a crescente literatura sobre hedge e gestão de riscos agrícolas e, assim, se proteger da variação do preço do produto, buscando inovar ao pesquisar um constructo pouco abordado: hedge em soja no Brasil. Revisa-se a literatura utilizando pressupostos teóricos, bem como trabalhos empíricos a fim de criar um modelo de regressão através de uma survey, que possa explicar as variáveis que impactam a não utilização de derivativos na Bolsa de Valores. Além da regressão, um conjunto de hipóteses foi testado com a finalidade de observar se havia diferença entre sojicultores que não operam e aqueles que trabalham com derivativos. Uma amostra com os 358 sojicultores que não operam em Bolsa de Valores foi utilizada para a realização da regressão denominada Modelos Lineares Generalizados (MLG). A amostra total, com 412 respostas, foi utilizada para o Teste de Hipótese Kruskal-Waills. Após realizados os testes estatísticos, concluiu-se que as variáveis que possuem impacto na não utilização da Bolsa de Valores com a finalidade de hedge são: tamanho da propriedade, estado, experiência do sojicultor, percepção de quem deve operar, tempo e dedicação para operar, percepção de quem deve operar e aversão ao risco. Quanto ao teste de hipóteses, constatou-se que houve diferença significativa para as variáveis: experiência, escolaridade, tamanho da propriedade e o excesso de confiança.