Resumo:
O tema dessa dissertação é a imagem extrema no cinema underground. Todavia, não trataremos do underground como um todo e delimitamos nosso corpus aos filmes: War Is Menstrual Envy (1992); A Bitter Message of Hopeless Grief (1988); Dead Man II: Return of the Dead Man (1994); The Loneliest Little Boy in the World (2000) e Extase de Chair Brisée (2005). Entendemos que nosso problema pode ser sintetizado na pergunta: como o extremo está presente no cinema underground? Buscando responder esta questão e apontar quais os elementos dessa imagem extrema duram nesses objetos, articulamos nossa proposta metodológica em três eixos: a escavação de Jusi Parikka (2012), para encontrar os objetos e informações sobre os mesmos; o método intuitivo de Bergson (2006) visando delimitar os virtuais e atuais da pesquisa; e a cartografia como proposto por Suzana Kilpp (2015) e Massimo Canevacci (1997), formando duas constelações onde são analisados os aspectos audiovisuais dos nossos objetos. Para nos aprofundarmos teoricamente no que propomos como imagens extremas nos aproximamos do trabalho do teórico francês Georges Bataille (1929) assim como de autores comentadores como Georges Didi-Huberman (2015), Benjamin Noys (2000) e Eliane Robert Moraes (2002). Ligados ao audiovisual e ao cinema nossa base teórica parte da concepção do audiovisual enquanto uma experiência corpórea e visceral como apresentado por Jusi Parikka (2012), Thomas Elsaesser (2010), Laura Wilson (2015) e Jack Sargeant (2015). Em nossas considerações finais apontamos para a constituição dessa imagem extrema nas potências virtuais da desfiguração e do animalesco, constituindo cada um em sua particularidade, uma imagem extrema tanto no aspecto visual como sonoro.