Resumo:
Em um panorama em que acentuam-se a desigualdade econômica, os prejuízos ao meio ambiente e a exclusão social, grupos de pessoas têm atuado para mudar a realidade que os cerca em busca de modos mais sustentáveis de vida. Tais grupos realizam atividades que promovem inovações sociais e representam possíveis alternativas à lógica dominante de produção, consumo e convívio. No âmbito do design estratégico, entende-se esses grupos de pessoas como ecossistemas criativos, em que diversos atores interagem e produzem ações inovadoras com potencial transformador. Em Porto Alegre, identificamos ecossistemas criativos que realizam processos e práticas de inovação social em termos de gestão de suas iniciativas, de produção, de resistência e de convívio social. São eles: as casas colaborativas, os espaços coletivos de produção, as ocupações urbanas e as moradias compartilhadas. Embora existam características específicas de cada um, eles possuem valores e propósitos convergentes que apontam para uma sociedade mais justa, igualitária, democrática e resiliente. Neste sentido, são iniciativas que colaboram para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável elencados pela Organização das Nações Unidas em 2015. O objetivo desta pesquisa é explorar, pela perspectiva do design estratégico, a integração de tais ecossistemas criativos para que, com essa conexão, fortaleçam-se e sejam capazes de se configurar como uma alternativa viável à lógica dominante dos modos de ser e fazer, em especial na cidade de Porto Alegre. Para isso, mapeamos e analisamos suas atividades para que fosse possível propor, a partir de conceitos advindos de Manzini e Morin, uma coalizão de design através de diálogos estratégicos e de encontros colaborativos. Esta pesquisa busca, portanto, contribuir com as discussões sobre design para inovação social e sustentabilidade em um contexto brasileiro.