Resumo:
A coopetição é uma estratégia de relacionamento multifacetada, multinível e paradoxal entre
firmas (LUO, 2004; CHEN, 2008; GNYAWALI; PARK, 2009). Apesar do número significativo de estudos relacionados com o conceito, a coopetição é ainda considerada como um conceito em andamento. Os estudos se limitaram em explorar uma série de firmas, principalmente pequenas e médias empresas (PMEs), embora a coopetição possa criar benefícios relevantes para essas firmas (BOUNCKEN et al., 2015). A coopetição deve ser analisar a partir de uma perspectiva multidimensional, considerando a influência de arranjos institucionais em estratégias de competição, cooperação e coopetição entre firmas. Além
disso, há um aumento da pressão competitiva. As empresas buscam a coopetição para alcançar um posicionamento no mercado internacional (FESTA et al., 2017). Minha tese foca-se na lacuna que associa coopetição, instituições formais e desempenho internacional, uma vez que os estudos sobre esses construtos são raros e inconclusivos. Desse modo, minha tese objetiva enfatizar como a coopetição influencia a performance na internacionalização de firmas de mercados emergentes considerando o papel da coopetição. Apesar de essa pesquisa focar em diferentes indústrias, as firmas competem e cooperam em uma mesma indústria, caracterizando a coopetição. Conectando os campos teóricos e empíricos, a questão de pesquisa é: “Qual é a relação entre instituições formais e desempenho internacional das firmas de uma economia emergente considerando o papel da coopetição?”. Esta pesquisa está dividida em duas fases: uma etapa qualitativa e uma quantitativa. A etapa qualitativa é exploratório-descritiva. Foi baseada em 21 entrevistas realizadas com representantes de firmas e instituições formais e com pesquisadores acadêmicos para estabelecer um estudo de caso sobre o contexto. A etapa quantitativa foi realizada com a pesquisa com firmas das indústrias de calçado, vinho e tecnologia da informação, resultando em 166 respostas válidas. A técnica de análise aplicada foi a análise de regressão. As principais contribuições deste estudo são duplas. A primeira contribuição é enfatizar o papel das instituições formais na discussão sobre coopetição. A segunda está relacionada com a pesquisa sobre coopetição associada com a performance na internacionalização de firmas. Poucos estudos lidam com a performance das firmas e geralmente focam-se no desempenho de inovação (GNYAWALI; PARK, 2009; GNYAWALI et al., 2008). Como resultado, é apresentado um quadro que sustenta o conceito de abordagem institucional. Além disso, os resultados mostraram uma relação direta ente instituições formais e desempenho internacional mediada pela coopetição. As limitações deste estudo baseiam-se no fato de a investigação ter ocorrido em um único país. Ao final deste estudo, outros caminhos de investigação surgiram. Em primeiro lugar, esta pesquisa focou-se no nível entre firmas, desconsiderando os níveis individuais, intrafirmas e de rede. Segundo, a coopetição como contexto poderia analisar cadeias de agentes que adicionam valor às firmas (BRANDENBURGER; NALEBUFF, 1995).