Resumo:
A eficiência, em organizações de saúde, consiste na habilidade de produzir um serviço com a menor quantidade possível de perdas, de custos e de esforços dos profissionais envolvidos, o que implica tanto na integração destes profissionais, quanto na sua participação na gestão da qualidade. Por meio de uma pesquisa de estudos de casos, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com 32 profissionais de três organizações de saúde de grande porte localizados no estado Rio Grande do Sul – Brasil. A análise dos dados indica que a integração ocorre a nível das lideranças formais apenas em uma das organizações e não envolve os profissionais médicos e operacionais. A gestão da qualidade parece não estar plenamente incorporada às rotinas assistenciais, o que pode ser evidenciado pela dificuldade em conseguir a adesão para a higienização de mãos, pela subnotificação de erros e pela taxa de infecções sempre superior à meta. Sugere-se que as barreiras existentes à integração e a dificuldade em incorporar as boas práticas da gestão da qualidade estejam relacionadas a perdas de eficiência, traduzidas pela taxa de média de permanência elevada, na má utilização das salas do bloco cirúrgico, na falta de separação de roupas por grau de sujidade, na incapacidade de gerenciar o tempo necessário para a higienização e liberação de leitos, na inexistência do planejamento de alta e na necessidade de criar cargos para supervisionar o trabalho executado pela higienização nos três hospitais. Diante disso, é proposto um framework como contribuição teórica, sugerindo que ao implantar a integração e a gestão da qualidade, desde que suportados pelos relacionamentos interpessoais confiança, comunicação e liderança, pode-se melhorar a eficiência. Ao final do trabalho, foram elaboradas algumas proposições para estudos futuros.