Resumo |
A hiperglicemia ocorre com frequência nos doentes críticos por aumento da gliconeogênese e por resistência periférica à ação da insulina, sendo um fator de risco para evolução clínica favorável e aumento da mortalidade. O tratamento da hiperglicemia de estresse tem sido um dos assuntos mais estudados e controversos em medicina intensiva nos últimos anos. Vários estudos foram publicados sobre o controle glicêmico no ambiente de terapia intensiva, portanto, evidenciar a importância do controle glicêmico intensivo no paciente crítico, tem se tornado foco de grande importância nos ensaios clínicos mais recentes. Recentemente, a discussão se tornou ainda mais polêmica após a publicação dos resultados do estudo “NICE-SUGAR”. Os pesquisadores não conseguiram mostrar benefício significativo em manter normoglicêmicos os pacientes clínicos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em comparação a manter seus níveis glicêmicos abaixo de 180mg/dl. Foi definir o cenário atual sobre publicações que tratam do controle glicêmico em paciente crítico. Foi realizada uma revisão de literatura, buscando estudos que trataram sobre o controle estrito da glicemia a partir do estudo NICE-SUGAR, publicado por Finfer et al. (2009). Foram selecionados 7 estudos realizados em Hotel clínicas, cirúrgicas e mistas. Pacientes cirúrgicos, com lesão neurovascular e traumatismo craniano parecem se beneficiar do controle estrito da glicemia, enquanto outros estudos associam a prática a um maior risco de hipoglicemia, levando a maior incidência de morbidade e mortalidade dos pacientes. Diferentes grupos de pacientes podem se beneficiar com o controle glicêmico intensivo através do uso de insulinoterapia contínua, alguns com controle estrito e outros não, porém todos os trabalhos mostram haver um aumento do risco de hipoglicemia, que leva a um aumento da morbimortalidade. Estudos devem ser realizados para definir os níveis seguros e benéficos a cada grupo de pacientes.; |