Resumo:
Esta tese se apresenta como um produto de metassemântica por criar um discurso a respeito da possibilidade de a arte que se realiza em imagem fotográfica constituir-se como testemunho da experiência humana na linguagem. Pelo caminho que conduz à semiologia de segunda geração, o estudo aborda a arte como potência testemunhal representativa da experiência do homem na linguagem, tendo como objeto a fotografia organizada no formato de narrativa, tal como arranjada na obra fotográfica Arquipélago, de Cristiano Sant’Anna. As bases para este estudo são a teoria da enunciação derivada da obra de Émile Benveniste (1995, 2006, 2014) e a noção de testemunho derivada do pensamento filosófico de Giorgio Agamben (2008a). O produto gerado por esta pesquisa contém uma possibilidade teórica que inclui a enunciação, mas que não se esgota nela, indicando que arte fotográfica é testemunho da experiência humana na linguagem quando evoca a realidade positiva que revolve o conjunto do simbólico e estimula o homem a, na e pela linguagem, realocar-se e a procurar uma nova posição para si no universo discursivo, em um tempo infinitamente presente, mobilizando a cadeia significante da qual faz parte a favor de sua necessidade de existir na e pela língua.