Resumo:
Definir técnicas com acurácia para mapear a ocorrência de espécies invasoras facilita a compreensão de sua ocorrência, dominância e habitats preferenciais. Produzir mapas detalhados com ferramentas associadas em um Sistema de Informações Geográficas – SIG pode auxiliar e diminuir o tempo de trabalho para mapear e apontar a tomada de decisões com vistas a elaboração de estudos, dinâmicas de ocorrência e políticas de controle de espécies invasoras. O objetivo principal do estudo é mapear a distribuição espacial de L. lucidum na região serrana no sul do Bioma Mata Atlântica, em diferentes escalas espaciais. De forma específica pretende-se (i) avaliar mapeamentos de manchas de invasão obtidas a partir de imagens multiespectrais dos satélites Geoeye (pixel de 0,25m2) e Landsat 5 TM (pixel de 900m2), quanto à acurácia da classificação, área total invadida, tamanho e número de manchas; e se aplicável, (ii) determinar a ocorrência potencial da espécie para uma área mais ampla, a partir de imagens Landsat 5 TM. Aplicou-se técnicas de classificação supervisionada para o uso do solo e para a ocorrência da espécie invasora determinou-se o NDVI, a classificação dos pixels pelo método Spectral Angle Mapper (S.A.M) e a acurácia pelo índice kappa. A classificação com imagem do Geoeye apresentou uma ocorrência de 239.60 ha e um índice kappa de 0.86, onde a maior área ocupada correspondeu a manchas entre 1 e 100m². Já o uso de imagens do Landsat 5TM apresentou na sua classificação final uma área de 219.06ha de ocorrência da espécie e um índice kappa de 0.74, onde a maior área ocupada correspondeu a manchas maiores de 15.000m². Para aferir a acurácia da imagem de baixa resolução espacial utilizou-se os pontos de controle da imagem do Geoeye, obtendo um índice kappa de 0.38. Pelo modelo acurado gerou-se um modelo de ocorrência potencial para uma região de 341km², obtendo uma área de 16.379ha da espécie e uma ocorrência de 9.74% do L. lucidum em relação as áreas florestais. A espécie possui ocorrência confirmada e representativa na área e em curto espaço de tempo poderá se tornar uma ameaça ao ecossistema florestal da Serra Gaúcha, alcançando percentuais de invasão que não possibilitem sua erradicação. Devido a ocorrência em ampla escala do L. lucidum como invasor, o controle só pode ser possível em fases iniciais do processo, sendo economicamente restritiva e ecologicamente inviável em etapas avançadas.