Resumo:
Estudar a educação jurídica no século XXI implica em construir novas respostas aos problemas que se apresentam. O modo tradicionalmente adotado para se pensar o Direito e seu ensino não é mais suficiente diante de um mundo que vive em constantes transformações. As demandas deste tempo exigem um profissional apto a pensar de modo transdisciplinar, capaz de enfrentar um contexto repleto de complexidades, riscos, paradoxos e contingências. Os ideais de certeza e segurança jurídica não mais se fazem presentes nos dias de hoje, exigindo do profissional do Direito a capacidade de reconectar os saberes. Nesse sentido, destaca-se a relevância dos conteúdos denominados propedêuticos no processo de formação do bacharel, pois têm o papel de promover uma visão integrada, crítica e reflexiva acerca dos fenômenos jurídicos e sociais. Apesar de sua importância, constata-se que os conteúdos propedêuticos são pouco valorizados por parte do corpo discente, que tende a resumir a formação jurídica à prática profissional. A partir dessa problemática, o presente trabalho apresentará a inclusão desses saberes nos currículos dos cursos jurídicos brasileiros desde a sua criação, em 1827. Em seguida, buscar-se-á identificar o perfil dos alunos em início e final de curso e qual a sua avaliação sobre os conteúdos propedêuticos. Após essa etapa, o trabalho se propõe a identificar o perfil dos professores que atuam nessas áreas e constatar quais as suas percepções sobre os desafios da educação jurídica. O contato com os docentes e discentes ocorreu por meio de pesquisa de campo realizada no Centro Universitário Ritter dos Reis e na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Por fim, abordar-se-á o paradigma de ensino tradicionalmente adotado pelos cursos jurídicos e, em seguida, serão apresentadas algumas alternativas para o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos propedêuticos.