Resumo:
Introdução: O Brasil enfrenta desafios para garantir qualidade na assistência à gestante e ao feto, garantindo parto e puerpério saudável. A estruturação do serviço de saúde para assistência materna e neonatal encontra-se ainda precária nas cidades de pequeno porte, necessitando a implementação de um sistema de transporte materno eficaz e articulado entre os pontos de assistência. Por esse motivo, se faz necessária a criação de um fluxo assistencial, com critérios subsidiado por protocolos, para orientar os encaminhamentos das pacientes obstétricas, garantindo continuidade e qualidade na assistência prestada. Objetivo: Desenvolver um fluxo para o encaminhamento inter-hospitalar de pacientes obstétricas, atendidas na Rede de Atenção à Saúde (RAS), da Regional Santa Inês, na Região do Vale do Pindaré, no Maranhão. Método: Estudo metodológico, que foi desenvolvido em três etapas: 1) estudo documental, com objetivo de analisar a legislação vigente no Brasil, diretrizes, guidelines e protocolos assistenciais, buscando recomendações que pudessem subsidiar a construção do fluxo para o encaminhamento de pacientes obstétricas; 2) estudo descritivo, com os objetivos de mapear e descrever os serviços da RAS da Regional Santa Inês, que realizam o atendimento de pacientes obstétricas e sua capacidade instalada; e identificar recursos humanos, disponíveis e necessários, na RAS, para garantir um encaminhamento obstétrico adequado na Regional de Saúde em estudo; 3) construção do Fluxo de Encaminhamento inter-hospitalar de Pacientes Obstétricas, considerando os resultados das etapas anteriores. Resultados: Foi realizado o mapeamento e descrição dos serviços e recursos humanos que atendem gestantes na regional de Santa Inês-MA, destacando-se que há 13 municípios e que nenhum apresenta a estrutura adequada para o atendimento à gestante. Os 13 municípios totalizam 14 hospitais, dos quais dois são estaduais e 12 municipais, sendo sua maioria para atender risco habitual e somente 1 para atender gestante de alto risco. Em relação aos profissionais, nota-se que há 929, sendo a maioria enfermeiros generalistas (596). Foi realizado a análise das normativas vigentes no Brasil em relação ao fluxo de atendimento inter-hospitalar avaliando o atendimento à gestante, estrutura e recursos humanos para o encaminhamento obstétrico inter-hospitalar e classificação de risco. Após as devidas análises, apresenta-se: a Descrição dos fatores e dos critérios para a pontuação na Classificação de Risco da Gestante; o Fluxo para encaminhamento obstétrico inter-hospitalar, na Rede de Atenção à Saúde da Regional de Santa Inês, na região do Vale do Pindaré, no Maranhão; e a Ficha para o Encaminhamento obstétrico inter-hospitalar, nessa RAS. Conclusão: Ao adotar esse fluxo de encaminhamento da gestante as instituições de saúde conseguem padronizar o processo de encaminhamento inter-hospitalar, garantindo que as gestantes sejam direcionadas para o serviço mais adequado, de acordo com sua classificação de risco. Isso contribui para uma gestão mais eficiente dos recursos e uma melhor organização do sistema de saúde, promovendo um atendimento contínuo e de qualidade para todas as gestantes.