Resumo:
Avaliada como uma das indústrias mais intensivas no uso de plástico, devido à larga utilização de fibras sintéticas de origens fósseis, a indústria têxtil é reconhecida como uma das principais responsáveis pela poluição plástica. Com isso, o objetivo desse estudo é investigar o potencial da aplicação de um imposto verde como estratégia para reduzir a utilização do plástico pela indústria têxtil e de vestuário. Para tanto, foi desenvolvido um Modelo de Equilíbrio Geral Computável, com base no modelo GTAP na versão 11 que contém dados econômicos de 2017, concomitante com o PAEG versão 6. Desta forma, este estudo pretende analisar os efeitos gerados pela introdução do imposto verde no Bem-Estar Social, no Produto Interno Bruto (PIB) e na produção industrial, tanto em escala global quanto no contexto das cinco macrorregiões brasileiras. Diante disso, três cenários de choque tributário foram criados, no primeiro envolveu aplicação do imposto no consumo intermediário do bem doméstico e importado; o segundo a aplicação do imposto à produção doméstica; e o terceiro cenário, o imposto foi aplicado sobre o consumo doméstico e importado dos agentes privados. Os setores analisados foram Químicos, Indústria da Borracha e Plástico (CRP), Têxtil (TEX) e Vestuário (WAP). Os resultados alcançados na região Mundo indicam uma redução no nível de produção industrial mundial da ordem de -0,07% no setor de Químicos, Indústria da Borracha e Plástico (CRP), no setor Têxtil (TEX) de -2,05% e de Vestuário (WAP) de -2,68%, com uma retração do PIB de 0,05%, cerca de UD$ -43,56 bilhões de dólares ao ano, assim como no Bem-Estar Social de -0,11%, cerca de UD$ -54,14 bilhões de dólares ao ano. No cenário do Brasil, o PIB apresentou uma retração do PIB de UD$ - 0,43 bilhões de dólares ao ano, assim como o Bem-Estar Social de UD$ - 1,79 bilhões de dólares ao ano. No contexto das cinco macrorregiões brasileira, a produção do setor de Químicos, Indústria da Borracha e Plástico (CRP) apresentou a maior queda na região Sul -0,31%, no setor Têxtil (TEX) a região Sudeste teve uma redução do nível de produção de -4,90%, e no setor de Vestuário (WAP) a região Sul apresentou o menor crescimento 1,05%. As evidências apuradas sugerem que a implementação de um imposto verde pode ser uma estratégia viável para reduzir a utilização do plástico pela indústria têxtil e de vestuário. Este estudo contribui para a literatura empírica, uma vez que avalia a aplicação do imposto verde como uma ferramenta de política ambiental, analisando no contexto global e regional do Brasil. Adicionalmente, reforça a importância de estratégias proativas por parte da indústria têxtil e de vestuário, para coordenar suas práticas com as expectativas sociais de sustentabilidade, garantindo sua perenidade frente aos inúmeros desafios ambientais emergentes.