Resumo:
Ao se verificar as flutuações da renda agregada, é possível indicar o investimento como o elemento mais importante para o crescimento econômico. O investimento gera um impacto tanto pela oferta (através da capacidade instalada), quanto pela demanda, quando amplia a renda da população, proporcionando crescimento econômico constante. No Brasil, percebemos uma constante queda na taxa de investimento (na relação investimento/PIB) que, desde a década de 1990, apresenta uma média menor do que 20%. Esse fato pode estar relacionado à instabilidade do crescimento econômico brasileiro. Considerando isso, a dissertação tem como intuito analisar os determinantes do investimento privado no Brasil, no período de 2001 até 2022. Porém, o presente trabalho considera como investimento a formação bruta de capital fixo, não levando em conta as variações de estoques. Ademais, o enfoque é em relação aos gastos privados com bens de capital, excluindo-se o investimento público da análise, devido à sua instabilidade. Para uma melhor compreensão, no que tange à demanda por investimento, primeiramente, busca-se um aprofundamento em torno dos principais conceitos teóricos, nas abordagens tradicional, keynesiana e kaleckiana. Assim, explana-se sobre os principais trabalhos que tratam acerca da temática dos determinantes do investimento. Feito esse embasamento, é desenvolvida uma metodologia, a qual abrange as estimativas e os problemas de um modelo econométrico de série temporal, em formato de Vetores Autorregressivos (VAR), tal qual as variáveis selecionadas para compor o referido modelo. Após as investigações teóricas e metodológicas, são rodados os testes estatísticos visando aos resultados. A partir do teste de impulso-resposta, duas variáveis tiveram efeito correspondido no investimento privado (PRIV): consumo das famílias (CONS) e utilização da capacidade instalada (CAP). Em contrapartida, foi averiguado se havia efeito do consumo aparente de máquinas e equipamentos (PRIV), nas variáveis de nível de atividade econômica (CONS e CAP). O resultado do teste aponta que as variáveis consumo das famílias e utilização da capacidade instalada reagiram ao PRIV. Por fim, é apresentada a conclusão do estudo comprovando que a teoria kaleckiana é a que mais se aproxima em relação aos determinantes do investimento, conforme os resultados encontrados.