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Cronotopos midiatizados nas lutas antirracistas: o espaço-tempo complexo nos acionamentos e disputas narrativas em torno do ‘ser negro’

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Autor Neckel, Ângelo Jorge de Souza Lima;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/2660251633559575;
Orientador Gomes, Pedro Gilberto;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/8726873784241900;
Co-orientador Ferreira, Jairo Getúlio;
Lattes do co-orientador http://lattes.cnpq.br/8243334414084240;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola da Indústria Criativa;
Idioma pt_BR;
Título Cronotopos midiatizados nas lutas antirracistas: o espaço-tempo complexo nos acionamentos e disputas narrativas em torno do ‘ser negro’;
Resumo Esta tese tem como tema o tempo-espaço midiatizado em acionamentos por usos e apropriações de dispositivos socio-técnicos-comunicacionais e nas narrativas em disputas entre circuitos afro-referenciados e meios de comunicação do jornalismo em torno do racismo e do ‘ser negro’. Como problematização, se por um lado há um continuum socio-histórico do racismo que se atualiza, por outro lado as práticas comunicacionais racializadas e antirracistas se entrecruzam com ampliações das escalas de tempo e espaço na ambiência midiatizada. O objetivo da tese consiste em investigar como os circuitos afro-referenciados e os meios do jornalismo acionam temporalidades e espaços complexos nos usos e apropriações de dispositivos e disputas narrativas em circulação a partir de casos midiatizados. A hipótese de pesquisa defende que a ambiência midiatizada abrange temporalidades e espaços complexos que se entrecruzam em disputas entre circuitos afro-referenciados e meios do jornalismo, que presentificam práticas atreladas ao (antir)racismo. O desenho teórico-metodológico prioriza a busca por indícios a partir de três eixos complementares: proposições quanto ao cronotopo midiatizado, apropriação do conceito de cronotopo (BAKHTIN, 2010; 2018; GILROY, 2004) traduzido para o comunicacional e que articula os outros dois eixos; reflexões sobre a historicização da midiatização e de mediações articuladas com a do racismo de longa periodização; e o estudo de casos midiatizados múltiplos, a respeito das mortes de Gustavo Amaral e de João Alberto Freitas e de edições do programa GloboNews Em Pauta após a morte de George Floyd. Dentre o universo e a amostragem de pesquisa, constam telejornais e textos diversos dos meios do jornalismo e interações de atores sociais em circuitos interacionais em redes sociodigitais. O referencial teórico abrange conceitos relacionados à midiatização (VERÓN, 2013; 2014; BRAGA, 2006; e GOMES, 2016; FERREIRA, 2016; 2017; FAUSTO NETO, 2018; CARLÓN, 2019), história das mídias (J. B. THOMPSON, 2015; BRIGGS e BURKE, 2016), aos fenômenos socio-históricos do colonialismo, racismo e modernidade (FANON, 2022; CÈSAIRE, 2022; e GILROY, 2012), além de proposições sobre a esfera pública negra (GILROY, 2012) e relações entre jornalismo e modernidade (GROTH, 2011). Das referências teórico-metodológicas derivam proposições autorais sobre processos de circulação midiática através de encruzilhadas entre temporalidades de presentificação, presentismo, presenticismo e midiatizada, e, suas materializações em espaços territoriais e simbólicos. Como inferências de cada caso midiatizado entrecruzadas, os circuitos afro-referenciados realizam acionamentos céleres após os acontecimentos, contrapondo o silenciamento, esquecimento e denegações exercidos pelo jornalismo, instituições não-midiáticas e circuitos outros perante os casos sociais. Essas contraposições se dão em narrativas que subvertem imagens de controle (HILL COLLINS, 2022) pelo reconhecimento das dimensões do ‘ser negro’, do ‘tornar-se negro’ (SANTOS, 2021) e em torno do racismo em recordações e denúncias de sua continuidade e atualização. Diante da celeridade desses acionamentos e de ampliações dos acessos dos atores sociais negros à esfera pública midiática, as narrativas jornalísticas passam a tematizar o racismo momentaneamente em interpenetrações com temporalidades dos circuitos, mas, sem denunciá-lo caso a caso, oscilam entre o reconhecimento da humanidade e a desumanização das vítimas nas narrativas. Em conclusão, acionamentos e narrativas de atores sociais em temporalidade circular de recordação evidenciam a atualização e adaptação constantes das culturas afro-referenciadas na sociedade em midiatização. Com isso, possibilitando uma ampliação das disputas e tensionamentos perante a continuidade e atualização do racismo no midiático, processo materializado nos cronotopos midiatizados em demarcações, permanências e mudanças no espaço-tempo.;
Abstract This thesis has as its theme the mediatized time-space triggered by uses and appropriations of socio-technical-communicational devices and in narratives in disputes between Afro-referenced circuits and journalism media around racism and 'being black'. As a problematization, if on the one hand there is a socio-historical continuum of racism that is updated, on the other hand racialized and anti-racist communication practices intersect with expansions of the scales of time and space in the mediatized environment. The objective of this thesis is to investigate how Afro-referenced circuits and the media of journalism trigger complex temporalities and spaces in the uses and appropriations of devices and narrative disputes in circulation based on mediatized cases. The research hypotheses argues that a mediatized environment encompasses complex temporalities and spaces that intersect in disputes between Afro-referenced circuits and journalism outlets, which present practices linked to (anti-)racism. The theoretical-methodological design prioritizes the search for evidence based on three complementary axes: propositions regarding the mediatized chronotope, appropriation of the concept of chronotope (BAKHTIN, 2010; 2018; GILROY, 2004) translated into communication and which articulates the other two axes ; reflections on the historicization of mediatization and mediations linked to long-term racism; and the study of multiple mediatized cases, regarding the deaths of Gustavo Amaral and João Alberto Freitas and editions of the GloboNews Em Pauta program after the death of George Floyd. Among the research universe and sample, there are television news programs and various texts from journalism media and interactions of social actors in interactional circuits in socio-digital networks. The theoretical framework covers concepts related to mediatization (VERÓN, 2013; 2014; BRAGA, 2006; and GOMES, 2016; FERREIRA, 2016; 2017; FAUSTO NETO, 2018; CARLÓN, 2019), history of media (J. B. THOMPSON, 2015; BRIGGS and BURKE, 2016), the socio-historical phenomena of colonialism, racism and modernity (FANON, 2022; CÈSAIRE, 2022; and GILROY, 2012), in addition to propositions about the black public sphere (GILROY, 2012) and relations between journalism and modernity (GROTH, 2011). From the theoretical-methodological references derive authorial propositions about media circulation processes through crossroads between presentification, presentism, presenticism and mediatized temporalities, and their materializations in territorial and symbolic spaces. As inferences from each mediatized case are intertwined, the Afro-referenced circuits carry out quick actions after the events, opposing the silencing, forgetfulness and denials exercised by journalism, non-media institutions and other circuits in the face of social cases. These contrasts occur in narratives that subvert images of control (HILL COLLINS, 2022) by recognizing the dimensions of 'being black', of 'becoming black' (SANTOS, 2021) and around racism in memories and denunciations of their continuity and updating. Given the speed of these actions and the expansion of access by black social actors to the public media sphere, journalistic narratives begin to thematize racism momentarily in interpenetrations with the temporalities of the circuits, but, without denouncing it case by case, they oscillate between the recognition of humanity and the dehumanization of victims in the narratives. In conclusion, actions and narratives of social actors in circular temporality of remembrance highlight the constant updating and adaptation of Afro-referenced cultures in the mediatized society. With this, enabling an expansion of disputes and tensions regarding the continuity and updating of racism in the media, a process materialized in mediatized chronotopes in demarcations, permanences and changes in space-time.;
Palavras-chave Midiatização; Racismo; Circuitos afro-referenciados; Cronotopo midiatizado; Antirracismo; Mediatization; Racism; Afro-referenced circuits; Mediatized chronotope; Anti-racism;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Sociais Aplicadas::Comunicação;
Tipo Tese;
Data de defesa 2024-04-04;
Agência de fomento Nenhuma;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13124;
Programa Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação;


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