Resumo:
Desde os primórdios a saúde mental sempre esteve envolta em preconceito, isolamento e exclusão social. Na antiguidade a sociedade acreditava que as moléstias mentais eram causadas por ações mágicas ou demoníacas. Os loucos andavam livremente. No século XVII, a loucura passou a constituir-se uma forma de exclusão com o desenvolvimento das cidades e a industrialização. Foram criados os primeiros estabelecimentos destinados a receber os doentes mentais, além de todo o tipo de indivíduos não produtivos e que não se encaixavam nos padrões morais da época. As primeiras instituições asilares tinham o propósito de retirar o doente mental do convívio social, isolando-os de suas famílias para minimizar os riscos de danos à comunidade. Nessa época, a loucura passou a ser percebida como uma incapacidade para o trabalho e seus portadores considerados incapazes. No advento da reforma psiquiátrica no Brasil foram criados serviços substitutivos para absorverem esses pacientes que passaram a ser liberados das instituições psiquiátricas. A Rede de Atenção Psicossocial tem dificuldade de absorver e prestar um serviço de excelência a todos os usuários. A Rede de Atenção às Urgências foi então estruturada e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência aglutina em seu escopo de atividades o atendimento a pessoas em sofrimento psíquico. Esse trabalho teve como objetivo principal o desenvolvimento de um profissional de curta duração voltado para o manejo pré-hospitalar nas urgências em saúde mental e, como objetivo secundário, realizar uma revisão de literatura integrativa, visando auxiliar na elaboração desta proposta. Trata-se de um estudo metodológico que incluiu uma revisão integrativa, a qual buscou identificar as dificuldades que as equipes do SAMU enfrentam nestes atendimentos. Em uma busca nas bases de dados (SCIELO, BVS, LILACS e MEDLINE) foram localizados 453 textos tratando sobre emergências psíquicas atendidas pelo SAMU. Depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 12 artigos para compor o presente trabalho. Como resultados destaca-se como dificuldades no atendimento ao sofrimento psíquico a falta de treinamento e o conhecimento deficiente das equipes para desenvolver o serviço voltado ao manejo do sofrimento psíquico, o que indica a necessidade de aprimoramentos voltados à capacitação profissional. O produto resultante deste estudo é um plano de em curso de aperfeiçoamento, principalmente no que diz respeitos aos conteúdos que necessitam ser abordados, para auxiliar os profissionais do SAMU no manejo pré-hospitalar nas urgências em saúde mental. Espera-se com este trabalho evidenciar a necessidade de um espaço para (re)pensar conhecimentos e estigmas a respeito da doença mental e para debater sobre. medos e dúvidas frente ao atendimento nas urgências em saúde mental. Observa-se ainda a necessidade de intervir não apenas no âmbito do trabalho, mas ao longo de toda a formação desses profissionais, implementando uma educação continuada sobre esta temática.