Resumo:
O objetivo deste estudo é propor um conjunto de elementos norteadores para inovar e incorporar a sustentabilidade no modelo de negócio de empresas do bionegócio, focadas em produtos florestais não-madeireiros. Foram analisadas as alterações efetuadas no modelo de negócio de um empreendimento do ramo do bionegócio, de base florestal não madeireira na Floresta Amazônica, certificada pelo laboratório B, que alcançou impacto social positivo obtendo lucro por meio da prática do bem comum. Para tanto, foi estudado de que forma a inovação no modelo de negócio da empresa foi orientado para a sustentabilidade e interferiu positivamente na cadeia produtiva da empresa. Foi realizado um estudo de caso na maior empresa produtora de carvão ativado de coco babaçu da América Latina para uso industrial. Esta empresa é uma Empresa B (Benefit Corporation ou B Corp). Foram analisados os ganhos e os benefícios para todos os stakeholders impactados pela inovação no modelo de negócio. As principais contribuições do estudo são: (i) propor um conjunto de elementos norteadores para inovar e incorporar a sustentabilidade no modelo de negócio de empresas do bionegócio, focadas em produtos florestais não-madeireiros; (ii) descrever como ocorre a inovação do modelo de negócio voltado para a sustentabilidade em uma empresa do ramo do bionegócio; (iii) analisar as barreiras e os alavancadores de inovações tecnológicas para a preservação das tradições e do meio ambiente; e (iv) estudar um objeto pouco explorado como uma Empresa B na Floresta Amazônica. Desta forma este estudo contribui com a literatura sob a ótica da valorização de ações no aspecto econômico com igual relevância ao valor sustentável capturado pelos stakeholders, no sentido de garantir a continuidade do impacto socioambiental positivo, alcançado pela empresa. Esperam-se novos avanços a partir da percepção das comunidades tradicionais como indígenas e quebradeiras de coco, dependentes da floresta, a fim de implementar parcerias com interesse mútuo, onde seja possível alinhar as inovações tecnológicas, as práticas da sustentabilidade socioambiental e os ganhos econômicos.