Resumo:
Os ciclos contínuos de molhagem e secagem a que revestimentos de argamassa são submetidos ao longo de sua vida, associados ao efeito da carbonatação e aos impactos provenientes do uso, ocasionam esforços de tração e cisalhamento ao revestimento que poderão causar microfissuras na estrutura do revestimento e, portanto, influenciar na forma de ruptura do material. Em consequência, é recomendado conferir um baixo módulo de elasticidade às argamassas, sendo este responsável pela capacidade destas de se deformarem sem fissurar ao receber tensões. No entanto, tal propriedade é afetada pelo processo de envelhecimento e pela carbonatação, que podem tornar a argamassa mais rígida ou mais elástica. O objetivo desta pesquisa é avaliar o efeito da carbonatação e do envelhecimento acelerado no comportamento da argamassa quando submetida a
esforços de tração, ao ser aplicada sobre substratos distintos, bem como estimar o
módulo de elasticidade por correlação de imagem digital (CID). Foram utilizados dois
substratos cerâmicos com diferentes valores de absorção capilar e rugosidade. Foram
moldadas argamassas no traço 1:1:4 (cimento:cal:areia), CP II-F 40 e cal CH-I, relação
a/agl 0,80. As amostras foram curadas durante 56 dias em ambiente controlado. Foram determinados o índice de vazios, a absorção de água por capilaridade e a resistência à tração antes e após os processos de envelhecimento e carbonatação. A análise de tensões e deformações foi realizada aplicando a metodologia CID e posteriormente calculando o módulo de elasticidade com o auxílio de softwares específicos. Concluiu-se que o envelhecimento acelerado eleva a absorção de água capilar e reduz a resistência de aderência e que a carbonatação é influenciada pelo tipo de substrato ao qual a argamassa está aplicada. Os módulos de elasticidade calculados a partir de CID mostraram-se coerentes com os valores encontrados na literatura e indicaram que há diferenças de módulo ao longo da espessura do revestimento.