Resumo:
A dissertação busca analisar, em perspectiva educomunicativa, como operam as expressões artísticas da coletiva Papel Mulher no Instagram para a construção da cidadania comunicativa e de gênero. A investigação foi conduzida a partir de premissas epistemológicas e metodológicas baseadas na Transmetodologia (MALDONADO, 2011; 2013; 2015; 2019; BONIN, 2011; 2016), como uma experimentação dialógica multimetodológica crítica, interdisciplinar, sentipensante, que articula as dimensões epistemológica, teórica, metodológica e técnica. As problematizações, afim de interpretar as expressões artísticas da coletiva e suas contribuições para cidadania de gênero, foram divididas em 3 eixos: educomunicação (FREIRE, 2013; 2016; 2017; KAPLÚN, 1998; RODRÍGUEZ, 2016; HOOKS; 2017; 2020); cidadania comunicativa (MATA, 2002; 2006; CORTINA, 2005; MARTÍN-BARBERO, 2014; MATTELART, VITALIS, 2015; VAN DIJCK, 2020) e Gênero (LUGONES, 2014; LOURO, 1997; BUTLER, 2003). A partir da perspectiva da Etnografia digital (HINE, 2004; PINK, 2016) foram realizadas observações, análises de postagens e interações na plataforma do Instagram, como também a aplicação de questionários e entrevistas com a fundadora, integrante e seguidoras da coletiva Papel Mulher, todas mediadas por plataformas digitais. Os resultados da pesquisa apontaram para o desenvolvimento de uma práxis educomunicativa realizada pela coletiva Papel Mulher, que leva em conta as dimensões políticas, éticas e estéticas, e que em articulação com o Instagram, outras plataformas digitais e o ambiente urbano, contribui para construção de reflexões, diálogos e produções relacionadas a cidadania comunicativa e de gênero a partir da expressão artística de mulheres.