Resumo:
Esta dissertação investiga de que maneira a circulação midiática sobre as mortes
por Covid-19 transforma os sentidos e os imaginários da morte e como as lógicas de
midiatização são mobilizadas na representação da morte. A escolha desta problemática se dá pela importância de discutir os impactos que foram ocasionados pelo vírus da Covid-19 no Brasil, que teve seu primeiro aparecimento em março de 2020. No cenário brasileiro, o vírus além de desencadear grandes problemas no âmbito da saúde, também provocou um número alarmante de mortes, enfatizando as brechas no cenário econômico, social, e principalmente político. Dessa forma, essa pesquisa reforça o papel da comunicação perante a um acontecimento que afetou todas as áreas sociais. Para explorar esse estudo, serão utilizados como objeto de pesquisa os portais de notícia G1 e Folha de São Paulo, junto com o perfil do Instagram COVID Photo Brazil, que apresenta um diário da pandemia no Brasil. Diante de um acontecimento complexo, os materiais empíricos serão explorados e analisados em conjunto com os estudos teóricos da midiatização (Couldry e Hepp, 2020; Fausto, 2009), do acontecimento (França, 2012; Verón, 1995), da morte (Elias, 2001; Ariès, 1982), da circulação (Rosa, 2019; Ferreira,2017), da imagem e do imaginário (Rosa, 2008; Said e Calado, 2021). Como resultado, pode-se compreender que a partir da produção de notícias e publicações no Instagram, as imagens se destacaram e influenciaram na construção de diferentes imaginários midiáticos.