Resumo:
As massas asfálticas usinadas a quente são produtos amplamente utilizados nas camadas de revestimento nos pavimentos rodoviários. A utilização de resíduos sólidos na composição dessas massas tem o potencial de proporcionar ganho tanto econômico quanto ambiental não só para o setor no qual são gerados, como também, em setores como o da construção civil, principalmente, quando esses resíduos industriais são basicamente constituídos de material inorgânico. O objetivo geral desse trabalho foi avaliar a viabilidade técnica da utilização de lama de carbonato de cálcio gerada no processo KRAFT como material de enchimento na produção de mistura asfáltica betuminosa usinada a quente. Na metodologia utilizada, baseada nas respectivas normas em vigor, determinou-se o traço de referência da mistura asfáltica com base na dosagem Marshall, aferindo-se o teor de cimento asfáltico de petróleo (CAP) e também, o percentual de resíduo (lama de carbonato de cálcio) que melhor se ajustaria ao traço. Foram testadas misturas com 2%, 3% e 4% de lama de carbonato de cálcio. Para os parâmetros de estabilidade e fluência os resultados não apresentaram diferença estatística significativa, apesar de aumentarem até certa quantidade de LCC inserido na mistura. Já para o percentual de vazios e relação betume-vazios os valores apresentaram melhora estatisticamente comprovada, inclusive verificada ainda pela análise das imagens por lupa, onde na mistura com 4% apareceu indícios de exsudação do CAP, indicando assim a possibilidade de diminuição do percentual de CAP na sua composição, demonstrando, dessa forma, potencial para o seu uso como material de enchimento em misturas asfálticas usinadas a quente.