Resumo:
O Inglês para Fins Específicos, também conhecido no Brasil como Inglês Instrumental ou a sigla em inglês ESP, surgiu mundialmente nos anos de 1960 para preencher uma lacuna deixada pelo ensino-aprendizagem de Inglês Geral no desenvolvimento dos aspectos de interação da língua - ler, escrever, ouvir e falar - direcionados aos propósitos profissionais/ocupacionais ou acadêmicos de aprendizes das diversas áreas do conhecimento humano. Na abordagem em Inglês para Fins Específicos, as decisões sobre as práticas pedagógicas e os conteúdos a serem desenvolvidos devem ser programados com base em uma pesquisa sobre os interesses, as necessidades e os desejos de aprendizagem de determinado grupo de aprendizes. Este estudo empreendeu uma pesquisa-ação ao explorar práticas pedagógicas com base em uma análise crítica de necessidades que visa conceder aos aprendizes maior poder de decisão e liberdade de escolha daquilo que lhes é pertinente e desejável de aprender no processo de ensino-aprendizagem da língua alvo. A pesquisa-ação teve como objetivo observar o desenvolvimento da autonomia sociocultural de aprendizes para a busca de conhecimentos em língua inglesa do componente curricular Inglês Instrumental em uma universidade pública na região de fronteira sul do Brasil. A análise de necessidades foi tomada como uma ferramenta de mediação para possibilitar oportunidades de zonas de desenvolvimento proximal, definidas como um espaço metafórico cognitivo (LANTOLF; THORNE, 2006) para o desenvolvimento da autonomia sociocultural e o empoderamento de aprendizes. A pesquisa fez uso da triangulação para a análise de dados gerados por narrativas multimodais, entrevistas orais semiestruturadas, questionários e observações registradas em diário de aula. A análise de dados de cunho interpretativista evidenciou que práticas pedagógicas com base em uma análise crítica de necessidades foram eficientes para oportunidades de mediação em zonas de desenvolvimento proximal para aprendizagens, autonomia e empoderamento nas práticas aplicadas pela Professora pesquisadora que contemplaram os interesses de aprendizagem dos aprendizes e, parcialmente, para atividades livre escolhidas e aplicadas pelos aprendizes.