Resumo:
A técnica de solo grampeado nos últimos anos está sendo cada vez mais empregada em obras de estabilização de taludes e escavações. Até o início de 2020 não existia uma norma brasileira para projeto e execução de estruturas de solo grampeado. Também não existindo recomendações técnicas em relação ao material de injeção (pasta de cimento1) ou a barra a ser utilizada e sua respectiva durabilidade, era de comum acordo a utilização de manuais ou normas internacionais. A durabilidade de uma estrutura é determinada por vários fatores e quando essa estrutura envolve componentes metálicos, um dos principais é a corrosão. Por este motivo, as barras de aço utilizadas no mercado atualmente possuem uma camada de galvanização, e, além da proteção galvânica a segunda camada de proteção é feita pela pasta de cimento, a qual precisa ser fluida para melhor execução da injeção, o que acaba por elevar a relação água/cimento (a/c) da mistura. Deste modo, nesse trabalho foram estudadas formas de mitigar características intrínsecas das pastas que poderiam de alguma forma acelerar o processo de corrosão. Foram realizados ensaios em estado fresco, endurecido e eletroquímicos em duas pastas com fluidez similar, mas com distintas relações a/c (0,50 e 0,35) com diferentes tipos de cura e expostas ou não a um ambiente agressivo com a presença de cloretos. Assim, foi possível perceber que as pastas com relação a/c 0,35 apresentaram resultados mais satisfatórios para porosidade, menor absorção e fissuração e maior resistência do que as pastas com a/c 0,50. Quando comparadas as pastas em relação a penetração de cloretos, obteve-se uma penetração média sete vezes superior para a pasta com relação a/c 0,50, em comparação à pasta com relação a/c 0,35 e aditivo.