Resumo:
Na mesma velocidade em que as ferramentas digitais estão moldando a forma como as pessoas vivem, se comunicam e trabalham, estão gerando grandes mudanças, constituindo as forças motrizes dos fenômenos de transformação digital (FITZGERALD, et al., 2013), e desta forma, os problemas enfrentados no âmbito social, cultural e organizacional, tornam-se cada vez mais complexos. Neste sentido, a prática da construção de cenários através do Design, apresenta-se particularmente frutífera pois, os cenários elaborados, buscam prever futuros possíveis e fazem parte da necessidade das organizações de transformar ou criar estratégias inovadoras, originais e diferenciadas (DESERTI, 2007). Estes cenários buscam a construção de interpretações mediante sinais fortes e fracos, que derivam da observação da evolução de comportamentos explícitos da cultura, dos mercados e das tecnologias, entre outros. Ao concentrar-se em torno destes aspectos, a Pesquisa Contextual, etapa metaprojetual fundamental do processo de construção de cenários, depara-se com uma grande quantidade de dados a serem contemplados. Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo a proposição de um dispositivo para automatizar procedimentos de construção de cenários de Design Estratégico por meio de Pesquisas Contextuais, propondo a inclusão da Inteligência Artificial como instrumento para obtenção de agilidade e acuracidade na captação e análises das fontes de dados. Para tanto, é apresentado um rastreamento bibliográfico a fim de situar a pertinência do tema através dos campos de Design, Design Estratégico, Construção de Cenários, Metaprojeto, Transformação Digital, Big Data e Inteligência Artificial com suas derivações. Devido ao fato do estudo possuir base empírica, às características não quantificáveis de seu objeto de pesquisa e ação experimental, optou-se pela utilização do Design Science Research distribuído em quatro fases: 1. Concepção e calibragem, tanto do sistema, como do instrumento de coleta; 2. Incorporação efetiva de Inteligência Artificial no artefato digital desenvolvido, bem como ajustes no instrumento de coleta; 3. Realização dos workshops de avaliação da proposta de pesquisa e 4. Análise dos dados coletados. Em suma, através do presente estudo, é possível verificar que a Inteligência Artificial, por meio do artefato digital desenvolvido, sinaliza a cada novo avanço, seu potencial para complementar as atribuições do designer em etapas generativas, aprimorando sua capacidade de armazenar, processar e sintetizar dados em velocidade e quantidades inimagináveis para qualquer indivíduo. Fato este, que proporciona maior repertório para desenvolver e complementar projetos, bem como abre espaço para que os Designers possam liderar e executar cada vez mais atividades com relevância estratégica.